MADRE TERESA DE BANGALORE OBRIGADA A DEIXAR A ÍNDIA
Bangalore, 27 jul (RV) - Irmã Jacqueline Jean McEwan, a “Madre Teresa” de Bangalore,
terá que deixar dentro de um mês a Índia e os leprosos que ela cuida há 29 anos. O
governo central não renovou o visto da missionária inglesa, sem dar qualquer explicação.
“Estou saindo com o coração apertado - disse a religiosa - não se trata apenas de
uma minha perda, mas uma perda para todos os milhares de enfermos afetados pela hanseníase”.
Irmã
Jean, 63 anos, é uma missionária de São Luís de Montfort que trabalha na Sociedade
Sumanahalli do Padre Jorge Kannanthanam. “Sinto que o coração de Sumanahalli foi arrancado
- disse o sacerdote - sem ela, eu duvido que a organização será a mesma”. Num primeiro
momento, a irmã Jean deveria ter deixado Bangalore segunda-feira, mas foi concedido
uma prorrogação de um mês.
“Estou muito triste e não sei o que fazer - disse
à agência AsiaNews, Padre Jorge Kannanthanam – irmã Jean foi a verdadeira força para
os hansenianos nas favelas de Seshadripuram, Indirapuram e em outros lugares”. O sacerdote
conta do “profissionalismo, ternura, compaixão e preocupação legendárias com a qual
ela assistia os enfermos nas favelas”.
Além disso, a irmã Jean foi envolvida
em programas educativos para os pacientes e seus filhos: “Graças a ela muitos deles,
em geral rejeitados por suas famílias e pela sociedade, receberam formação e esperança
para o futuro”. A irmã também tinha aprendido o “kannada” (dialeto local), a fim de
se comunicar melhor com seus pacientes.
“Em nível mundial, 70% dos casos de
hanseníase se encontram na Índia – explica Padre Jorge - e mesmo se, como no resto
do mundo tem diminuído o número de pacientes neste país ainda há 2,5 milhões de enfermos”.
(SP)