2011-07-25 18:05:55

O administrador apostólico de Mogadíscio, pede que o plano para combater a fome na Somália seja acompanhado pela reforma do Estado


(25/7/2011) O administrador apostólico de Mogadíscio, capital da Somália, considera que o plano para combater a fome no país deve ser acompanhado pela reforma do Estado.
“Não quero que o caminho que se iniciou para fazer face à urgência humanitária, necessário para salvar milhões de pessoas, esconda o problema de fundo, que é a falta de estruturas estatais”, declarou o bispo italiano D. Giorgio Bertin à Agência Fides.
O prelado considera que é essencial resolver o problema da “ausência do Estado” na Somália, posição que manifestou há cerca de três semanas a alguns dirigentes do país, a quem acusou de privilegiarem “o interesse pessoal, da família ou do clã” e de terem sido incapazes de construir uma “liderança capaz de reconstruir as estruturas estatais”.
Uma das fações do movimento islamista Shabab, que se opõe ao Governo de Mogadíscio, considera que a urgência humanitária é ampliada pela ONU, disfarçando a vontade de interferir nos assuntos somalis.
O bispo do Djibuti explica que entre aquele grupo há várias fações: “A que fez uma declaração em favor do regresso das organizações não governamentais está mais próxima dos clãs e dá-se conta que a população morre de fome”.
“Há também uma outra componente, mais radical, ligada a um determinado contexto internacional, a quem provavelmente não importa nada desta tragédia”, refere D. Giorgio Bertin, acrescentando que os Shabab não estão unidos, ainda “que dêem a impressão de representar um movimento unitário”.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) convocou para esta segunda-feira uma reunião de emergência em Roma com o objetivo de procurar soluções para a seca no Corno de África.
O diretor da FAO, Jacques Diouf, sublinhou que a "situação catastrófica” exige ajuda internacional “massiva e urgente", tendo afirmado que a organização precisa de 1,1 milhões euros nos próximos 12 meses e 210 milhões nos 60 dias seguintes para responder às emergências.
A situação de seca no Corno de África, a pior dos últimos 60 anos, é crítica, sobretudo no sul da Somália, onde a ONU já declarou o estado de fome em duas regiões (Bakool e Lower Shabelle), mas também no Quénia, Etiópia, Djibuti, Sudão e Uganda.
Só na Somália, onde a crise é agravada por 20 anos de guerra civil, cerca de 780 mil crianças correm perigo de morrer de fome se não receberem ajuda com urgência, segundo um alerta do Fundo da ONU para a Infância (UNICEF).
A elevação dos preços alimentares causou a pobreza a 44 milhões de pessoas desde Junho de 2010, indica aquela instituição financeira.








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