SEMINÁRIO DISCUTE VIOLÊNCIA DE GÊNERO NOS PAÍSES DO MERCOSUL
Assunção, 20 jul (RV) - Termina hoje o Seminário sobre Igualdade de Gênero
que as Nações Unidas organizaram para os quatro Estados membros do MERCOSUL (Argentina,
Brasil, Paraguai e Uruguai) mais o Chile (que está em fase de adesão). O objetivo
dos encontros foi analisar a situação das mulheres e a violência de gênero nesses
cinco países.
Intitulado “Respostas à Violência de Gênero no Cone Sul: Avanços,
Desafios e Experiências Regionais” o evento tem o apoio da ONU Mulheres e do Escritório
das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, Unodc. A capital do Paraguai, Assunção, é
a cidade que hospeda o evento.
A relação entre a violência contra a mulher
e o tráfico humano também foi analisado ao longo dos debates, bem como um projeto
conjunto de fortalecimento das delegacias para mulheres.
Em entrevista à
Rádio ONU, a representante da ONU Mulheres no evento, Verônica dos Anjos, falou sobre
avanços e desafios na violência de gênero na América do Sul.
Ela ressaltou
o aspecto positivo de que já está sendo feita uma mobilização para o fornecimento
de um atendimento mais especializado para as mulheres que são agredidas. “Quando não
há uma delegacia especializada, há uma equipe designada especialmente para esses casos”,
disse ela.
O site da ONU Mulheres para o Brasil traz dados e estatísticas
que mostram a enorme dimensão do fenômeno. Vamos a alguns deles:
Segundo pesquisa
realizada em 54 países, com 138 mil mulheres, O Brasil é o país que mais sofre com
a violência doméstica, segundo pesquisa da Sociedade Mundial de Vitimologia; no Brasil,
a cada 7 segundos, uma mulher é agredida em seu próprio lar (Fundação Perseu Abramo);
a violência doméstica é a principal causa de morte e deficiência entre mulheres de
16 a 44 anos e mata mais do que câncer e acidentes de tráfego (www.violenciamulher.org.br);
E não para por aí: 30% das mulheres brasileiras com mais de 15 anos já sofreram
violência extrema (UNIFEM 2007); entre 25% e 50% das sobreviventes são infectadas
por DST (doenças sexualmente transmissíveis); 70% dos incidentes acontecem dentro
de casa, sendo que o agressor é o próprio marido ou companheiro.
A lista é
enorme e muito preocupante. Quem quiser mais informações pode consultar o site da
ONU Mulheres no Brasil dirigindo-se para a Campanha Bem Querer Mulher (campanha de
não-violência contra a mulher). (ED)