CONFERÊNCIA INTERNACIONAL SOBRE OS CRISTÃOS DA TERRA SANTA
Londres, 20 jul (RV) – “Os cristãos da Terra Santa são uma minoria, mas uma
minoria que conta”. A afirmação foi feita ontem pelo Presidente do Pontifício Conselho
para o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean-Louis Tauran, durante Conferência Internacional
sobre os cristãos da Terra Santa, realizada em Londres. Na ocasião, ele lançou um
apelo para que a Terra Santa não se transforme somente em um local para estudos arqueológicos.
O Cardeal falou sobre as condições de precariedade na qual vivem muitas pessoas
na região, as quais enfrentam guerra, revoluções e são, muitas vezes, obrigadas a
migrarem. “Mas os cristãos da Terra Santa são também um dom para a sociedade, porque
trazem abertura cultural – afirmou o purpurado -, senso de dignidade da pessoa humana,
em particular das mulheres, e uma idéia de política que pode levar à democracia.”
Ressaltou
ainda que “os cristãos têm a vocação para serem pontes junto a judeus e muçulmanos,
devendo ser anunciadores da esperança, em memória de Abraão, o pai das três religiões
monoteístas”.
O Cardeal lançou um apelo para que a Terra Santa não se transforme
apenas em um sítio arqueológico, um museu a céu aberto a ser visitado pagando o ingresso.
“Os lugares santos, para os cristãos, são testemunhas vivas – sublinhou -, são a terra
da revelação de Deus, o lugar onde Jesus viveu, morreu e ressuscitou”.
Dom
Tauran ressaltou ainda o fato de que os cristãos da Terra Santa têm a peculiaridade
de serem descendentes diretos da fé apostólica e são árabes, chegaram à região muito
antes dos muçulmanos e, por isso, não pedem asilo em terras estrangeiras, já estão
em casa. (ED)