PATRIARCA LATINO DE JERUSALÉM: A PAZ NASCE DO RESPEITO RECÍPROCO; A EUROPA NOS AJUDE

Londres, 19 jul (RV) - A Conferência internacional sobre os cristãos da Terra Santa, organizada em Londres sob os auspícios do Arcebispo de Cantuária e Primaz da Comunhão anglicana, Dr. Rowan Williams, e do Arcebispo católico de Westminster, Dom Vincent Nichols, teve, neste segundo dia de trabalhos, a apresentação de iniciativas práticas finalizadas a um melhoramento da vida cotidiana das comunidades cristãs. Também participa do encontro, que se conclui nesta terça-feira, o Patriarca Latino de Jerusalém, Dom Fouad Twal, que, entrevistado pela Rádio Vaticano, se detém sobre a importância dessa Conferência:

Dom Fouad Twal:- "Agradecemos pelo convite e por estarmos todos aqui juntos a falar da nossa situação. É positivo e é belo que não somos somente pessoas do clero e de Igreja, mas que tenham vindo também leigos, jovens e nem tão jovens, que trouxeram a sua experiência, muito rica. Esses jovens leigos foram muito equilibrados: não houve nenhum apelo de vingança e de violência. Pelo contrário, falaram bem de seu desejo de maior justiça, maior paz, liberdade de movimento, liberdade para visitar os lugares santos. Sei que com essa Conferência de dois dias não podemos debater sobre tudo, mas é um início, e para mim aquilo que é mais importante é aquilo que virá. Somos otimistas. O fato de os católicos, os protestantes, os anglicanos, os muçulmanos e os judeus estarem juntos já é um sinal positivo. Ademais, quanto mais nos encontrarmos, melhor, porque assim nos conhecemos melhor e o conhecimento nos ajuda a sermos mais equilibrados, mais moderados, mais respeitosos uns para com os outros."

RV: Em nível político não parece haver passos avante rumo à paz, neste momento. Nesse contexto, o que dá um pouco de esperança?

Dom Fouad Twal:- "As pessoas, os fiéis, os cidadãos têm consciência de que essa situação não pode continuar. São, sobretudo, os políticos que nem sempre têm os pés no chão. As pessoas, os fiéis de todas as confissões cristãs, muçulmanas e judaicas dizem que essa vida não pode continuar. Todos querem viver uma vida normal com serenidade. Durante a Conferência falamos e damos importância primária à educação: educar os nossos jovens ao respeito recíproco, ao conhecimento recíproco. Temos muitas outras instituições: a Universidade em Belém, a Universidade na Jordânia, onde todos os cidadãos podem encontrar-se e aprender. O fato de terem vindo a Londres estudantes de Belém e dos territórios ocupados já representa para eles uma certa abertura. Esperamos que o Ocidente, Londres e a Europa tenham mais consciência da nossa verdadeira situação e que cada um, segundo as suas possibilidades, atue em favor de uma maior justiça e paz para todos." (RL)