DOM BERTIN: RESPONDER IMEDIATAMENTE AO APELO DO PAPA EM FAVOR DAS POPULAÇÕES DO CHIFRE
DA ÁFRICA
Cidade do Vaticano, 18 jul (RV) - Mais de 12 milhões de pessoas correm o risco
de morrer de fome em vários países do Leste da África. Entre essas, as crianças com
menos de cinco anos são as mais vulneráveis. A Igreja está na linha de frente e a
rede Caritas colocou à disposição uma primeira ajuda de 300 mil euros.
A comunidade
internacional deve agir velozmente para evitar uma catástrofe humanitária: o apelo
do Papa no Angelus, neste domingo, em favor das populações do Chifre da África
e, em particular, da Somália, atingidas por "uma gravíssima seca", deve encontrar
uma resposta adequada e imediata.
É o que ressalta o Administrador Apostólico
de Mogadíscio e Bispo de Djibuti, Dom Giorgio Bertin, entrevistado pela Rádio Vaticano:
Dom
Giorgio Bertin:- "Sem dúvida, agradeço muito ao Santo Padre por esse apelo, mesmo
porque encoraja a comunidade internacional a intervir. Também no passado o Papa lançou
apelos em favor da Somália. Recordo-me de que alguns representantes somalis me haviam
escrito também uma carta a ser apresentada ao Santo Padre para agradecer-lhe por ter
atraído a atenção internacional para o problema somali."
RV: Um apelo que,
porém, deve ter respostas imediatas. É preciso agir rapidamente, porque a situação
é cada vez mais dramática...
Dom Giorgio Bertin:- "É preciso agir
logo: trata-se de alocar fundos, adquirir víveres e transportar tendas. Para tal será
necessário um pouco de tempo e, enquanto isso, sobretudo as crianças com menos de
cinco anos, infelizmente, morrerão."
RV: "A ONU fala da pior seca dos últimos
60 anos. Porém, o povo da Somália e de todo o chamado Chifre da África sempre conviveu
com a seca. O que agrava essa crise de agora?
Dom Giorgio Bertin:-
"No caso da Somália a seca é particularmente grave porque se acrescenta à situação
de insegurança, de conflito e de ausência do Estado nestes últimos 20 anos. Já no
passado algumas organizações humanitárias tiveram que abandonar o país, outras foram
até mesmo expulsas, porque se dizia que na agenda delas havia outras intenções. Gostaria
que diante do problema humanitário esse aspecto da insegurança e as tentativas de
restaurar o Estado neste momento não passassem em segundo plano." (RL)