2010 FOI O PIOR ANO PARA A COMUNIDADE CRISTÃ NO IRAQUE
Bagdá, 17 jul (RV) – 2010 foi o pior ano para a comunidade cristã no Iraque.
A informação é da Organização Hammurabi, voltada para a proteção dos direitos humanos
no país.
Muitos cristãos foram obrigados a deixar o país por temerem violências
e até mesmo assassinatos. O balanço das vítimas fatais dos últimos sete anos, segundo
a Organização, passa de 822 pessoas. Dessas, 629 foram mortas simplesmente por serem
cristãos. Outros 126 foram envolvidos em atentados de diversos tipos, outros ainda
foram vítimas de operações militares das forças armadas dos Estados Unidos e do próprio
Iraque. Do montante total, 13% são mulheres.
Entre as vítimas cristãs de 2010,
33 são crianças, 25 idosos e 14 religiosos. Somente nesse mesmo ano, Hammurabi registrou
92 casos de cristãos mortos e 47 feridos – 68 em Bagdá, 23 em Mosul e um em Erbil.
Segundo o Diretor dessa Organização, William Warda, pesquisas e monitoramentos
constantes mostram que todas as Igrejas Cristãs no Iraque – caldeus, assírios, siríacos
– sofreram perdas no número de fiéis. A maior perda concentra-se em Bagdá e Mosul,
onde vive a maior parte dos cristãos.
Segundo o Fundo das Nações Unidas para
a Criança e o Adolescente, UNICEF, entre 2008 e 2010, no Iraque, mais de 900 crianças
foram mortas e mais de 3 mil e 200 feridas. As crianças representam 8% das vítimas
de atentados no país, onde cresce o número de ataques a escolas e educadores.
Apesar
da violência, a comunidade cristã segue dando fortes sinais de vitalidade. No dia
4 de julho, por exemplo, o chefe da comunidade caldeia, o Patriarca Emmanuel Delly
III, visitou a máxima autoridade religiosa xiita iraquiana, Ali al Sistani, ressaltando
ter-se tratado de uma visita “fraterna, para incentivar a unidade do Iraque e dos
iraquianos cristãos e muçulmanos”.
Ainda, na semana passada, em Kirkuk, ao
norte de Bagdá, foi inaugurada a primeira igreja construída depois das invasões americanas
de 2003, sobre um terreno doado pelo governo iraquiano, com a contribuição do Presidente
Jalal Talabani, e financiada pelas ofertas dos fiéis. (ED)