SECA NO CHIFRE DA ÁFRICA: A MAIOR CATÁSTROFE HUMANITÁRIA DO MUNDO NA ATUALIDADE
Mogadíscio, 14 jul (RV) – Conforme temos acompanhado, a situação de seca no
Chifre da África já está sendo considerada a maior catástrofe humanitária do mundo
neste momento. As Nações Unidas falam em 10 milhões de pessoas precisando de assistência
alimentar com urgência. A Rádio Vaticano conversou com o administrador apostólico
de Mogadíscio (Somália) e bispo de Gibuti, Dom Giorgio Bertin.
Segundo ele,
a situação de seca na Somália é agravada por 20 anos de ausência de Estado, ausência
de uma autoridade central que mantenha a ordem no país. O prelado disse que a situação
é ainda pior no centro-sul, onde a falta de segurança favorece o confronto entre diversos
grupos. Isso explica – ele afirmou – porque a seca é menos devastadora nos países
vizinhos, como o Quênia, a Etiópia e o Gibuti. “As populações mais atingidas estão
fugindo para os campos de refugiados no Quênia e no sul da Etiópia.
Dom Giorgio
falou sobre a dificuldade de se fazer chegar ajuda humanitária no centro-sul da Somália,
devido à violência desses grupos que lutam pelo controle do território. Agora, porém,
o Shabab, que controla maior parte dessa região, disse que qualquer ONG é bem-vinda,
“contanto que respeite a cultura e a religião do local”.
Os mais vulneráveis
são as crianças e os idosos, para quem há um projeto da Igreja na região do baixo
Juba para os menores de dez anos e os anciãos que não têm suporte familiar. 500 mil
crianças correm risco de vida na região.
O bispo explicou que a Igreja na
Somália, enquanto estrutura eclesiástica, já foi destruída há 20 anos, e que as suas
obras são realizadas através da Caritas e com parceiros locais. (ED)