Seca na Somália: o "pior desastre humanitário" da actualidade
(11/7/2011) O alto comissário da ONU para os refugiados, António Guterres, diz que
a seca na Somália é o "pior desastre humanitário" actual, após um encontro com pessoas
que suportaram condições indescritíveis até alcançarem o maior campo de refugiados
do mundo. O campo queniano, Dadaab,está a transbordar com dezenas de milhares de
refugiados recém-chegados, para aí empurrados por a região se situar numa zona de
confluência da Somália, com a Etiópia e o Quénia. O Programa Alimentar Mundial
estima que dez milhões de pessoas necessitem já de ajuda humanitária. O Fundo
das Nações Unidas para a Infância estima que mais de dois milhões de crianças estão
subalimentadas e a precisar de ajuda de emergência. António Guterres apelou ao
mundo para promover a "ajuda massiva" necessária a milhares de refugiados que chegam
a este campo todas as semanas. Mais de 380 mil refugiados vivem agora naquele local.
Estão ali "os mais pobres dos pobres e os mais vulneráveis dos vulneráveis", defendeu.
António Guterres está numa viagem à região para avaliar as necessidades diárias.
Na quinta-feira, esteve na Etiópia, no campo de Dollo Ado, que também está sobrelotado.
"As taxas de mortalidade que testemunhamos estão três vezes acima do nível de
emergência", afirmou. "O nível de subnutrição das crianças que chegam está nos
50%. Isto é suficiente para explicar porque um nível muito alto de mortalidade é inevitável",
declarou.