Cidade
do Vaticano, 11 jul (RV) – Mulheres, crianças e também homens, principalmente
nas províncias do Nordeste e do Sul do Lago Kivu, são freqüentemente vítimas de estupros
cometidos por grupos de milícias.
É o que revela uma investigação das Nações
Unidas que relata que os ataques cometidos entre 30 de julho e 2 de agosto de 2010
foram premeditados e executados de modo sistemático. Ação que pode configurar crime
de guerra e contra a humanidade.
Naquele período, 387 pessoas foram estupradas,
entre as quais 300 mulheres. Enquanto isso, o coronel congolês, acusado junto com
quase 200 soldados, de ter cometido estupros em massa nos recentes ataques contra
vilarejos, rendeu-se e isolou-se numa base do exército.
Neste ataque mais
recente, entre 10 e 13 de junho, de acordo com o Alto Comissariado da ONU para os
Refugiados, mais de 170 mulheres foram violentadas. Mathilde Muhindo, diretora do
Centro Olame para a recuperação de mulheres vítimas da violência, conversou com a
Rádio Vaticano direto da cidade de Bukavu.
“Não é possível entender esta fúria
contra as mulheres, num país que se define democrático. A guerra não foi declarada,
mas nas vilas, durante a noite, existem pessoas que não dormem nas próprias casas
porque temem ataques dos milicianos. Eles vão em busca sobretudo das mulheres, que
nada tem a ver com a política do Congo".
Apesar da colaboração de miliares
de "peacekeepers" das Nações Unidas, como revelam os observadores, o governo central
de Kinshasa não conseguiu ainda retomar o controle do território. (RB)