Cidade do Vaticano, 10 jul (RV) - Bento XVI conduziu a oração mariana do Angelus,
deste domingo, no pátio interno da residência pontifícia de Castel Gandolfo, onde
o pontífice se encontra desde a última quinta-feira. O Papa aproveitou a ocasião para
saudar os moradores dessa pequena cidade.
No Evangelho deste domingo, Jesus
conta à multidão a Parábola do Semeador. "Jesus se identifica com o semeador, que
espalha a boa semente da Palavra de Deus e percebe seus vários efeitos, segundo o
tipo de acolhimento ao anúncio" – ressaltou o pontífice.
"Existe aquele que
escuta superficialmente a Palavra, mas não a acolhe; aquele que a acolhe, mas não
tem constância e perde tudo; aquele que é tomado pelas preocupações e seduções do
mundo; e aquele que escuta de forma receptiva como a terra boa: aqui a Palavra dá
fruto em abundância" – disse ainda Bento XVI.
O Evangelho de hoje insiste também
no método da pregação de Jesus, ou seja, o uso das parábolas. Porque lhes falas em
parábola? - perguntam os discípulos e Jesus responde fazendo a distinção entre eles
e a multidão: "aos discípulos, ou seja, aqueles que já optaram por Ele, Jesus pode
falar do Reino de Deus abertamente, aos outros, deve anunciá-lo em parábolas, para
incentivar a decisão, a conversão do coração. As parábolas, por sua natureza pedem
um esforço de interpretação, interpelam a mente e a liberdade. No fundo, a verdadeira
Parábola de Deus é Jesus, a sua Pessoa que através da humanidade, esconde e ao mesmo
tempo revela a divindade. Deste modo Deus não nos obriga a crer Nele, mas nos atrai
a Si com a verdade e a bondade de seu Filho encarnado: de fato, o amor respeita sempre
a liberdade".
Bento XVI recordou que amanhã, segunda-feira, a Igreja celebra
São Bento, Abade e Padroeiro da Europa. "À luz do Evangelho deste domingo, olhamos
para ele como mestre da escuta da Palavra de Deus, escuta profunda e perseverante"
– disse ainda o pontífice.
"Devemos aprender com o grande Patriarca do monaquismo
ocidental a dar a Deus o lugar que Lhe cabe, o primeiro lugar, oferecendo a Ele, com
a oração da manhã e da noite, as atividades cotidianas" – concluiu o Papa. (MJ)