2011-07-09 14:30:55

EDITORIAL


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Cidade do Vaticano, 09 jul (RV) - Em sua fala no Angelus de Domingo passado, o Santo Padre quando comunicou aos fiéis reunidos na Praça São Pedro, que nesta semana iria em descanso de férias a Castel Gandolfo, aproveitou a ocasião para dar um recado de pai e de pastor.

Disse Bento XVI ao seu rebanho que o tempo de férias é necessário não apenas para o repouso físico, para estar com a família e com os amigos, mas também para repousar em Deus, para um tempo especial de conversa com o Senhor. Em um tom carinhoso, paternal, o Papa recomendou a todos que não se esquecessem de colocar o Evangelho na bagagem de férias.

Realmente, se o ser humano é criado para Deus, para as coisas do Alto, nada mais lógico que busque nessa ocasião de especial descanso, não apenas reabastecer as energias físicas, mas cuidar da dimensãoafetiva e também espiritual, que além de ser transcendente, deveria fazer parte da afetividade.
Não nos esqueçamos, Deus é nosso Pai. Criou-nos por amor e cuida de nós: “Senhor, que é o homem para dele assim vos lembrardes e o tratardes com tanto carinho?” – pergunta-se o salmista (cfr. Sl 8).

O ócio (que não significa, necessariamente, não fazer nada) não é negativo, mas é fundamental para aqueles que desejam produzir coisas que perdurem, que satisfaçam as necessidades de todos. E por vezes pode ser momento rico de intuições. Basta lembrar, por exemplo, que foi exatamente quando não trabalhava, mas se relaxava com um banho, que o matemático, engenheiro, físico e inventor greco-antigo Arquimedes de Siracusa (Séc. III a.C), descobriu – ao ver a água que transbordava de sua “banheira” ao ter nela entrado e percebido o impulso hidrostático – o princípio do qual derivou a lei sobre o peso específico dos corpos. A surpresa e alegria foram tanta que, segundo narra a história, Arquimedes teria saído correndo nu pela rua gritando “eureka!”, que, em grego antigo, significa “encontrei”.

Uma mente que trabalhou durante o ano, que amou e nem sempre pode se conscientizar onde estava o centro de seus afetos, que sabe ter se desviado do norte para onde desejava orientar sua vida, precisa de um tempo para reoordenar sua vida e será excelente se houver um confronto com aquele que o criou como ele é, que colocou as leis internas que regulam seu ser.

Assim pode ser para cada um de nós, mergulhado nos afazeres do dia a dia. Evidentemente, esse confronto será frutuoso se for vivido à luz do Evangelho. (CAS)










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