Roma, 04 jul (RV) - O Regulamento 562/2011 adotado pela Comissão Europeia em
10 de junho último, corta 80% da ajuda alimentar para os pobres, fornecidas pelo Pead
(Programa Europeu de Ajuda Alimentar). Isto significa que cerca 15 milhões de europeus
correm o risco de fome. A Federação Europeia dos Bancos Alimentares (FEBA) lança um
apelo ao Conselho Europeu de Ministros da Agricultura para que cheguem a um acordo
sobre novas formas de financiamento. Aderiram ao apelo o Conselho Internacional Geral
de São Vicente de Paulo, a Comunidade de Santo Egídio e a Caritas Italiana.
Num
comunicado enviado à Agência Fides pela Federação Europeia dos Bancos Alimentares,
salienta-se que a decisão da Comissão Europeia de reduzir o orçamento do programa
europeu de ajuda alimentar de 500 milhões de euros para 113 milhões, terá um sério
impacto sobre instituições de caridade e sobre as organizações não-governamentais,
como bancos de alimentos. “Em 2010 - continua o comunicado -, nossa rede cobriu 40%
dos alimentos fornecidos pelo Programa Europeu. Os 240 bancos alimentares distribuíram
360 mil toneladas de alimentos para associações caritativas e serviços sociais em
21 países europeus. Por sua vez, as organizações de caridade distribuíram alimentos
para pessoas indigentes, tais como pacotes ou refeições. 51% desses suprimentos vieram
do Programa Europeu, a outra parte de doações de empresas e coletas locais. Se nada
for feito, esta decisão levará a uma grave crise”.
O comunicado recorda que,
segundo as estatísticas europeias, 43 milhões de pessoas estão em risco de pobreza
alimentar, o que significa que eles não podem pagar uma refeição adequada a cada dois
dias. A atual crise financeira obriga alguns países europeus a adotarem medidas drásticas
e o número de pessoas em situação precária está em aumento. Depois de reiterar que
“o alimento é a base da vida e é um direito humano fundamental”, a declaração ressalta
que “esta decisão foi tomada não por causa de um problema de financiamento, mas numa
base jurídica. A aplicação desta decisão poderá reforçar a percepção de uma Europa
tecnocrática que não se preocupa com o destino das pessoas”. (SP)