ANGELUS: BENTO XVI PEDE AOS HOMENS PARA ABANDONAR O CAMINHO DA ARROGÂNCIA E DA VIOLÊNCIA
Cidade do Vaticano, 03 jul (RV) – “Devemos abandonar o caminho da arrogância,
da violência usada para obter posições de maior poder, para garantir o sucesso a qualquer
custo”. É a exigência recordada por Bento XVI durante a alocução que precedeu a oração
mariana do Angelus na Praça São Pedro. Retomando as palavras do Evangelho deste domingo,
o Santo Padre explica que o “jugo” de Cristo é a lei do amor, é o seu mandamento que
deixou aos seus discípulos.
“Quando Jesus percorria as estradas da Galiléia,
proclamando o Reino de Deus e curando muitos doentes, - disse o Papa - sentia compaixão
pelas multidões porque estavam cansadas e oprimidas, como ovelhas sem pastor”. Aquele
olhar de Jesus parece estender-se até hoje, até o nosso mundo.
“Ainda hoje
pousa sobre tantas pessoas oprimidas por condições de vida difíceis, mas também privadas
de válidos pontos de referência para encontrar um significado e uma meta para sua
existência. Multidões estão oprimidas nos países mais pobres, provadas pela indigência;
e até mesmo nos países mais ricos são tantos os homens e mulheres insatisfeitos, até
mesmo pessoas com depressão. Pensamos então nos numerosos deslocados e refugiados,
naqueles que emigram arriscando suas vidas”.
O olhar de Cristo – continuou
o Santo Padre - pousa sobre todas essas pessoas, ou melhor, sobre cada um desses filhos
do Pai que está no céu, e repete: “Vinde a mim, vós todos ...”.
Jesus promete
dar a todos "descanso", mas estabelece uma condição: “Tomai meu jugo sobre vós e aprendei
de mim, que sou manso e humilde de coração". O que é este "jugo", pergunta-se o Papa,
que em vez de pesar torna-se mais leve, e ao invés de esmagar levanta? O "jugo" de
Cristo é a lei do amor, é o seu mandamento, que deixou aos seus discípulos”.
"O
verdadeiro remédio para as feridas da humanidade, sejam aquelas materiais, como a
fome e as injustiças, sejam aquelas psicológicas e morais causadas por um falso bem-estar,
é uma regra de vida baseada no amor fraterno, e que tem a sua fonte no amor de Deus.
Por isso devemos abandonar o caminho da arrogância, da violência usada para obter
posições de maior poder, para garantir o sucesso a qualquer custo".
Também
em relação ao meio ambiente - disse ainda Bento XVI - devemos renunciar ao estilo
agressivo que dominou nos últimos séculos e adotar uma razoável “mansidão”. Mas acima
de tudo nas relações humanas, interpessoais, sociais, a regra do respeito e da não-violência,
ou seja, a força da verdade contra qualquer injustiça é aquela que pode garantir um
futuro digno do homem.
O Papa recordou por fim que ontem, nós comemoramos
uma particular memória litúrgica a de Maria Santíssima louvando a Deus por seu Coração
Imaculado. Nossa Senhora nos ajude a “aprender” de Jesus a verdadeira humildade, a
tomar com decisão o seu jugo suave, para experimentar a paz interior e sermos capazes
de consolar outros nossos irmãos e irmãs que trilham com fadiga o caminho da vida.
Em seguida concedeu a todos a sua Benção Apostólica.
Antes de se despedir
dos fiéis reunidos na Praça São Pedro o Papa saudou os grupos presentes em várias
línguas. Durante as férias não se esqueçam da oração, inclusive colocando “o Evangelho
na sua bagagem”, recomendou o Papa.
Com palavras diferentes, unidas, porém
pela mesma intenção, Bento XVI fez um convite aos fiéis: “neste momento do ano no
qual muitos de vocês farão férias, - disse em inglês - rezo para que vocês possam
verdadeiramente repousar o espírito e o corpo e possam encontrar em Deus uma ocasião
de repouso”. “Dêem espaço – disse ainda em francês – à leitura da Palavra de Deus,
em particular do Evangelho que espero vocês não deixarão de colocar na sua bagagem
para as férias”.
E também o Papa está para iniciar um período de repouso e
ele mesmo anunciou nesta manhã que nos próximos dias deixará o Vaticano para se transferir
para Castel Gandolfo. “Dali, disse ele, se Deus quiser, guiarei o Angelus do próximo
domingo”. (SP)