2011-07-01 14:52:15

Bento XVI recebeu participantes na 37ª conferência da FAO: pediu «soluções concretas» para a fome e criticou especulação com alimentos


(1/7/2011) Bento XVI pediu hoje “soluções concretas" para as pessoas que são atingidas pela “fome e a malnutrição” em todo o mundo, criticando a especulação financeira ligada aos alimentos.

"Como podemos ficar calados diante do facto de o alimento se ter tornado objeto de especulação ou estar ligado ao andamento do mercado financeiro, que sem regras certas e pobre em princípios morais, parece estar ancorado ao objetivo do lucro?", perguntou o Papa, falando a representantes da FAO.
Na audiência aos participantes na 37ª conferência da organização das Nações Unidas para a agricultura e alimentação, a decorrer em Roma até este sábado, o discurso papal indicou que "a alimentação é uma condição que afeta profundamente o direito à vida".

"É preciso fazer da solidariedade um critério essencial de toda a ação política e estratégica, a fim de tornar a atividade internacional e as suas regras instrumentos de serviço efetivo em favor da família humana, sobretudo dos últimos", ressaltou Bento XVI.
O Papa quis “renovar o apoio da Santa Sé para a atividade meritória e insubstituível” da FAO para “responder às necessidades reais de numerosos irmãos e irmãs em humanidade”.
Dos trabalhos desta organização, Bento XVI destacou a importância de relançar “o setor agrícola, os níveis de produção alimentar e o desenvolvimento mais geral das superfícies rurais”.
“A crise atual, que atinge todos os aspetos da realidade económica e social, requer, com efeito, que tudo seja feito para eliminar a pobreza, primeiro passo para livrar da fome milhões de homens, mulheres e crianças”, assinalou.
Neste sentido, foi indicada a necessidade de “procurar as causas” da situação de crise internacional, indo para além dos “níveis de produção, da procura crescente de alimentos ou da volatilidade dos preços”.
“A pobreza, o subdesenvolvimento e, portanto, a fome são muitas vezes o resultado de atitudes egoístas que, partindo do coração do homem, se manifestam na sua atividade social, nas trocas económicas, nas condições de mercado”, alertou.
Bento XVI condenou a “negação do direito primário de qualquer pessoa à alimentação e, por isso, a estar livre da fome”.
No seu discurso o Papa assegurou contudo a própria intenção de renovar o apoio da Santa Sé pela meritória e insubstituível actividade da FAO confirmando o empenho da Igreja católica a colaborar nos seus esforços no sentido de responder ás necessidades reais de tantos nossos irmºaos e irmãs em humanidade.
Bento XVI colheu a ocasião para saudar o director geral Jacques Diouf. Ao seu sucessor, o brasileiro José Graziano da Silva formulou os mais sinceros votos de sucesso auspiciando que FAO possa cada vez mais e melhor responder á expectativas dos seus Estados membros e dar soluções concretas a todos aqueles que sofrem por causa da fome e da má nutrição.
A atenção pelas jovens gerações – recordou Bento XVI ao novo director da FAO – pode ser uma maneira para contrastar o abandono das áreas rurais e do trabalho agrícola, de maneira a permitir a comunidades inteiras, cuja sobrevivência á ameaçada pela fome, olhar com maior confiança para o seu futuro








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