PAPA NOS 150 ANOS DO "L'OSSERVATORE ROMANO": RENOVADA ATENÇÃO AO ECUMENISMO, MULHERES
E BIOÉTICA
Cidade do Vaticano, 30 jun (RV) - "Um jornal de ideias, órgão de formação e
não somente de informação": assim Bento XVI definiu o L'Osservatore Romano
recordando o "longo e significativo caminho" de 150 anos que o diário completa nesta
sexta-feira, 1º de julho.
Por ocasião "desse importante aniversário", o Papa
enviou nesta quinta-feira ao Diretor do jornal vaticano, Giovanni Maria Vian, uma
mensagem que está publicada, na íntegra, na edição de hoje do diário da Santa Sé,
da qual destacamos algumas passagens.
"Manter fielmente a tarefa realizada
neste século e meio": esse o mandato de Bento XVI junto a algumas indicações fortes
para o caminho de agora em diante.
"Atenção ao Oriente cristão – escreve Bento
XVI –, ao irreversível compromisso ecumênico das diferentes Igrejas e Comunidades
eclesiais, em busca constante de amizade e colaboração com o Judaísmo e com as outras
religiões, atenção ao debate e à discussão cultural, à voz das mulheres, aos temas
bioéticos, que apresentam questões decisivas para todos."
Ademais, concretamente,
o Papa pede expressamente que "continue a abertura a novos articulistas e – ressalta
–, entre esses, a um número crescente de colaboradores".
Pede também que se
"destaque a dimensão e o alcance internacional que estiveram presentes desde a origem
do diário".
Assim – explica o Pontífice –, o "L'Osservatore Romano" sabe expressar
"a cordial amizade da Santa Sé pela humanidade do nosso tempo, em defesa da pessoa
humana".
Bento XVI afirma que o nosso tempo é "comumente marcado pela falta
de pontos de referência e pela remoção de Deus do horizonte de muitas sociedades,
mesmo de antiga tradição cristã".
Para este tempo – explica – o "L'Osservatore
Romano" deve ser "jornal de idéias, de formação e não somente de informação", "após
cento e cinquenta anos de uma história da qual pode orgulhar-se", ressalta. Uma história
feita de "um longo e significativo caminho rico de alegrias, de compromisso, de satisfações
e de graça".
Um caminho do qual o Papa ressalta também "a singularidade e a
responsabilidade" no fazer conhecer o Magistério dos papas, no ser "um dos instrumentos
privilegiados a serviço da Santa Sé e da Igreja".
Em sua mensagem, o Santo
Padre recorda também "a linha de imparcialidade e de coragem mantida diante das tragédias
e dos horrores que marcaram a primeira metade do Séc. XX".
Do primeiro conflito
aos totalitarismos, aos horrores da Shoah e da II Guerra mundial. "Anos difíceis"
seguidos pelo período da Guerra fria e da perseguição anticristã perpetrada em muitos
países pelos regimes comunistas.
E, no entanto – ressalta o Papa –, "apesar
da escassez dos meios e das forças, o jornal da Santa Sé soube informar com honestidade
e liberdade, defendendo a obra corajosa de Bento XV, de Pio XI e de Pio XII em defesa
da verdade e da justiça, único fundamento da paz". (RL)