Cidade do Vaticano, 28 jun (RV) - Estamos no tempo de religião invisível e
sem vínculo com nenhuma instituição. É momento de baixa de todas as instituições.
Está em alta o individualismo, as novidades, a estética, o imediato, isto é, tudo
o que favorece o meu eu.
Esta realidade é fruto do que chamamos de “mudança
de época”. É tempo de falta de cumplicidade com o outro, fato endeusado fortemente
pelos meios de comunicação social. É o que acontece com a família e seus vínculos
matrimoniais.
Até dentro da Igreja isto pode acontecer. Podemos dizer aqui
de uma catequese desvinculada da Pastoral de Conjunto e paralela às orientações da
coordenação diocesana e/ou paroquial. A fidelidade à tradição fecunda a prática concreta
da catequese.
A catequese é anunciadora de uma novidade vinda da Palavra de
Deus, da Pessoa de Jesus Cristo, na linguagem de hoje. Isto deve entusiasmar catequistas
e catequizandos, fortalecendo a experiência do discipulado e da vivência cristã. Não
é fácil trabalhar numa cultura de emotividade, de pouca racionalidade, com profundo
indiferentismo diante das propostas que exigem determinação e compromisso concreto
de vida. É a transitoriedade com sintonia de superficialidade.
Tendo em vista
todo esforço de reflexão da Igreja, enxergamos uma profunda mudança de paradigma na
vivência da sociedade e na dimensão de fé. Assim sendo, a nossa catequese precisa
ser mais propositiva e mais envolvente na vida de fé.
A pedagogia catequética
de hoje leva em conta o aspecto celebrativo-litúrgico. Isto integra prática de vida
e vivência da fé nas situações concretas. Com isto, a vida cotidiana, os problemas,
as alegrias e tristezas passam a ter uma dimensão cristã.
Devemos entender
o itinerário, o caminho da catequese. Ele passa pela experiência de vida do catequizando.
Significa entender o sacramento como auge de uma caminhada, de interiorização, sem
muita preocupação com o lado só festivo.
É o que entendemos sobre os passos
do catecumenato, que acompanha os principais momentos da prática de fé do catequizando.
Cada passo é marcado por uma celebração envolvente, introduzindo a pessoa na realidade
que é celebrada.
A iniciação à vida cristã acompanha a vida do cristão. Não
termina com os sacramentos. É processo formativo que termina com a morte. Nunca somos
totalmente formados. As riquezas da mensagem cristã são infinitas e passíveis de conhecimento.