Cidade do Vaticano, 27 jun (RV) - Está havendo grande esforço de uma catequese
voltada para as exigências da cultura moderna. O grande objetivo é formar discípulos
missionários dentro do processo de iniciação à vida cristã, de inspiração catecumenal
e centrado na prática concreta das primeiras comunidades cristã.
A Igreja procura,
mesmo que de forma lenta e prudente, acompanhar os passos e as mudanças da história.
Não estamos mais no tempo da cristandade e nem de uma catequese focada na preocupação
doutrinal e no estilo de perguntas e respostas.
O principal objetivo da catequese
é formar e conscientizar o catequizando, de todas as idades, para o sentido da vida
da graça. É a experiência de um encontro profundo com Jesus Cristo, com uma Pessoa
concreta, que atinge a vida das pessoas na comunidade cristã.
Os batizados
nem sempre são evangelizados. Por isto, a Igreja está preocupada com uma catequese
de adultos. Muitos não são ainda, mesmo que batizados, introduzidos na vida cristã
e são cristãos só de nome e sem compromisso de fé. A catequese, nas dimensões de
hoje, precisa ser mais envolvente, que chegue à família e toda a comunidade. Isto
significa que não conseguimos atingir os verdadeiros objetivos catequéticos se a família
e a comunidade não forem também catequizadoras.
Necessitamos de uma catequese
mais profética e assentada numa espiritualidade madura e libertadora. Que anuncie
a Pessoa de Jesus Cristo com base na Palavra de Deus e no testemunho verdadeiro de
prática cristã na sociedade e na Igreja.
No processo metodológico, como anuncia
o Documento de Aparecida, é preciso “abandonar as ultrapassadas estruturas que já
não favorecem a transmissão da fé”. Na verdade, é urgente buscar uma “conversão pastoral
e renovação missionária...” (n. 375).
Urge a Igreja fazer uma profunda revisão
de sua ação catequética. Há ainda muita estrutura arcaica, sem frutos e conservadorista,
necessitando de passar por um processo de conversão. Temos que nos libertar do clima
e das influências da cristandade.
Pensar numa Igreja e numa catequese voltadas
para a sociedade, para as necessidades das realidades práticas e temporais das pessoas.
Catequese que saia da sacristia, que enfrente os desafios de uma cultura capitalista,
consumista e totalmente secularizada.
Sejamos agentes desta nova catequese,
conscientes de nossa missão cristã, principalmente vocacionados para o trabalho catequético
em nossas comunidades concretas. Temos que absorver a “mudança de época” com o coração
comprometido.