Novas regras para o espaço Schengen que facilitam o restabelecimento do controlo de
fronteiras
(25/6/2011) Os dirigentes europeus aprovaram, esta sexta-feira, novas regras para
o espaço Schengen que facilitam o restabelecimento do controlo de fronteiras, mas
asseguraram que elas não põem em causa o princípio da liberdade de circulação. A
alteração, aprovada na cimeira europeia em Bruxelas, foi proposta pela Comissão Europeia,
num contexto de polémicas entre países europeus, nomeadamente as que opuseram França
e Itália a propósito do afluxo de imigrantes clandestinos da Tunísia e da Líbia. Nos
termos do compromisso encontrado, a Comissão Europeia vai ser encarregue de avaliar
as situações caso a caso para determinar se estão reunidas "circunstâncias excepcionais"
para permitir accionar uma "cláusula de salvaguarda" que permita restabelecer temporariamente
o controlo das fronteiras. O compromisso admite que a Comissão faça uma avaliação
de casos em que, por exemplo, um país não está a conseguir vigiar as fronteiras da
UE -- as fronteiras externas -- mas, sublinhou Sarkozy, "a decisão continua a ser
nacional". Os controlos das fronteiras nacionais também poderão ser restabelecidos
quando uma parte de uma fronteira externa da UE estiver sob uma pressão migratória
"forte e inesperada". Este princípio inspira-se em dois casos polémicos recentes:
quando a Grécia não conseguiu controlar a sua fronteira com a Turquia e quando a Itália
decidiu regularizar 25 mil migrantes tunisinos que pretendiam ir para França. Actualmente,
o restabelecimento do controlo das fronteiras internas do espaço Schengen é possível
em caso de "ameaça grave para a ordem pública ou a segurança interna". A declaração
comum agora aprovada frisa o "carácter excepcional" da nova disposição, condiciona-a
a "uma situação verdadeiramente crítica" e limita a sua duração.