Conselho Pontifício da Pastoral para os Migrantes e Itinerantes: Mensagem para o Domingo
do Mar 2011 (10 de julho de 2011)
(24/6/2011) Estimados capelães, voluntários, amigos e benfeitores da Obra do Apostolado
do Mar,
A celebração do Domingo do Mar é uma ocasião especial para as comunidades
cristãs e a sociedade em geral, tomar conhecimento de quanto é indispensável o serviço
que prestam os marinheiros, e conhecer a pastoral que, desde 1920, os Capelães e os
voluntários do Apostolado do Mar desenvolvem em numerosos portos do mundo. "A
minha presença aqui hojeno meio de vósquer
enfatizarque a Igreja vos está próxima, valoriza
o vosso trabalho,muitas vezes perigosose difíceis,
conhece as vossas ânsias e preocupações, apoia os vossos direitos,consolaa vossasolidão eas vossas
nostalgias ". Estas palavras que o Beato João Paulo
II dirigiu aos marinheiros e aos pescadores da cidade de Fano (Ancona - Itália), durante
a homilia de 12 de agosto de 1984, representam uma forte mensagem de esperança para
os cerca de 1.5 milhões de marítimos de mais de 100 nacionalidades (dois terços dos
quais são de países em via de desenvolvimento), que diariamente respondem às exigências
da economia global transportando 90% do comércio mundial. Não obstante os grandes
benefícios que a nossa vida usufrui do trabalho árduo e dos sacrifícios dos marinheiros,
estes são uma categoria da qual conhecemos muito pouco, exceto quando a mídia se ocupa
deles após algumas tragédias no mar ou, mais recentemente, pelo aumento de navios
atacados por piratas. Todavia, na realidade, os problemas que afetam suas vidas são
bem mais numerosos. Nos últimos anos, devido à criminalidade das tripulações por
causa de acidentes marítimos (naufrágios, poluição, etc.), o abandono em portos estrangeiros
sem comida e nem dinheiro, as novas restrições para descer em terra, a falta de segurança
e proteção, e os embarques prolongados têm causado stress e ânsia não somente à vida
destes trabalhadores, mas também a de suas famílias. O Apostolado do Mar tem
conhecimento de muitas situações desumanas que ainda persistem no mundo marítimo e
se coloca ao lado da “gente do mar” para insistir em que os seus direitos humanos
e trabalhistas devem ser respeitados. Recordando a nossa recente declaração sobre
a pirataria (26 de maio de 2011), queremos ressaltar a importância de que a indústria
marítima (armadores, P&I Clubs, etc.) trabalhe em estreita colaboração com governos,
organizações internacionais e agências de bem-estarpara pôr em prática medidas
preventivas a fim de garantir a segurança destas pessoas. E, para assegurar ulterior
proteção para os que trabalham no mar, nos dirigimos a todos os Governos a fim de
que adotem quanto antes a Convenção da Organização do Trabalho (OIT) sobre o Trabalho
Marítimo (MLC) de 2006 e favoreçam a sua entrada em vigor. Do contrário, esta teria
apenas valor teórico, mesmo sendo um dos resultados mais importantes de toda a história
dos direitos dos marinheiros. Em sua luta pela justiça no mundo marítimo, o Apostolado
do Mar é guiado pelos princípios evangélicos e pelo ensinamento da Doutrina Social
da Igreja. As palavras com as quais, em 17 de abril de 1922, o Papa Pio XI aprovava
e abençoava as primeiras Constituições e o Regulamento do apostolado do Mar,
nos animam a continuar a missão “de expansão da pastoral marítima”, a fim de
que a Obra “recolha uma messe abundante de frutos de salvação”. Noventa
anos depois daquele importante evento na história do Apostolado Mar, tenho o prazer
de anunciar a convocação, em Roma, do XXIII Congresso Mundial do Apostolado do Mar,
de 19 a 23 de Novembro de 2012, para refletir e partilhar os desafios decorrentes
das contínuas mudanças no mundo marítimo. Finalmente, neste dia especial dedicado
à “gente do mar”, confio as comunidades marítimas e, a da pesca à materna proteção
de Maria, Stella Maris, enquanto invoco sobre todos vós a bênção de Deus.