2011-06-23 18:37:30

Eucaristia e Nova evangelização: a homilia do Patriarca de Lisboa na festa do Corpo de Deus


23/6/2011) Na homilia da Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, o cardeal Patriarca de Lisboa falou sobre a relação que há entre a Eucaristia e a Nova Evangelização.
A comunhão no Corpo de Cristo introduz-nos na experiência da caridade, que é participação no amor divino. A Eucaristia é o sacramento da caridade – salientou D. José Policarpo acrescentando que a evangelização é uma exigência da caridade
Ela é o prolongamento, na missão da Igreja, do amor salvífico de Jesus. É a sua missão que continua e que supõe o mesmo ardor da caridade. E a Eucaristia é a fonte desse ardor da caridade que nos leva, no amor de Jesus Cristo e por amor aos homens nossos irmãos, a anunciar Jesus Cristo.
Já na sua Carta Encíclica “Ecclesia de Eucharistia”, João Paulo II tinha sublinhado a relação necessária entre a Eucaristia e a evangelização: “Unindo-se a Cristo, o povo da nova aliança não se fecha em si mesmo; pelo contrário, torna-se «sacramento» para a humanidade, sinal e instrumento da salvação realizada por Cristo, luz do mundo e sal da terra (cf. Mt 5,13-16) para a redenção de todos. A missão da Igreja está em continuidade com a de Cristo: «Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós» (Jo 20,21). Por isso, a Igreja tira a força espiritual de que necessita para levar a cabo a sua missão, da perpetuação do sacrifício da cruz na Eucaristia e da comunhão do corpo e sangue de Cristo. Deste modo, a Eucaristia apresenta-se como fonte e simultaneamente vértice de toda a evangelização, porque o seu fim é a comunhão dos homens com Cristo e, n'Ele, com o Pai e com o Espírito Santo”2. 3. Só encontraremos na Eucaristia o ardor e o zelo pela evangelização, se ela for para nós, sempre, de maneira cada vez mais profunda, o sacramento do amor. Participamos, em união com Cristo, da máxima expressão do seu amor pelos homens, a oferta da própria vida; e depois, Ele fica connosco, à espera de uma relação pessoal de amor, insondável, com a qualidade da sua relação pessoal com cada um de nós. Nessa relação adorante, toda a nossa vida ganha sentido, adquire um sentido novo que pode ir até ao dom, dom da própria vida, para que o Reino de Deus aconteça. Ao longo de 2000 anos, milhares de homens e mulheres ofereceram a sua vida na missão, e essa capacidade de dom receberam-na na Eucaristia. A adoração eucarística faz-nos entrar na intimidade de Cristo, na sua oferta, que continua, e faz crescer em nós a cumplicidade com Ele na paixão pela salvação do mundo. Também a isso se referia Cipriano de Cartago ao afirmar que a Eucaristia faz a Igreja.
Na acção evangelizadora, a vida de quem anuncia deve ter a força de um testemunho - salientou depois o Patriarca de Lisboa, recordando que o próprio Jesus, testemunha com a vida a verdade que anuncia. Ele veio para dar testemunho da verdade (cf. Jo. 18,37): Ele é a testemunha fiel e verdadeira (cf. Apc. 1,5; 3,14). Na Eucaristia a vida do cristão, em união à de Cristo, torna-se testemunho daquilo que anuncia em nome de Cristo e da Igreja.
E a concluir a sua homilia Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, D. José Policarpo citou
o Papa Bento XVI: “A missão primeira e fundamental, que deriva dos santos mistérios celebrados, é dar testemunho com a nossa vida. O enlevo pelo dom que Deus nos concedeu em Cristo, imprime à nossa existência um dinamismo novo que nos compromete a ser testemunhas do seu amor. Tornamo-nos testemunhas quando, através das nossas acções, palavras e modo de ser, é Outro quem aparece e Se comunica. Pode-se afirmar que o testemunho é o meio pelo qual a verdade do amor de Deus alcança o homem na história, convidando-o a acolher livremente esta novidade radical”.








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