Cidade do Vaticano,
21 jun (RV) – Segue crescendo o número de italianos que vivem no exterior: hoje
são mais de quatro milhões. O panorama foi traçado pela “Fundação Migrantes”, da Conferência
Episcopal italiana (CEI). O relatório foi apresentado hoje, em Roma, e se dedica de
maneira particular aos 150 anos da Unidade Italiana, período em que 30 milhões de
italianos emigraram. Rafael Belincanta nos traz os detalhes da informação.
O
êxodo que marcou o início do século 20 na península italiana não existe mais, contudo
os italianos continuam a ir para fora do país. Em 2011, estima-se que quatro milhões
vivam fora da Itália, 100 mil a mais que em 2010.
A maioria dos emigrantes
italianos vem do Sul de das ilhas italianas. Roma, Milão e Nápoles são as cidades
que registram os maiores índices de emigração. Os italianos no exterior vivem, principalmente,
em outros países da Europa, com índices de 56%. Em seguida, estão as Américas, com
39%. A soma se completa com a presença nos demais continentes. Entre os países preferidos
estão Argentina, Alemanha, Brasil, França e Suíça . Os italianos que vivem no exterior
têm entre 30 e 44 anos.
O diretor da Fundação Migrantes, Dom Giancarlo Perego,
fala sobre os novos números.
“O mundo da imigração italiana foi um mundo de
uma Itália na pobreza, em crise, apenas saída da guerra. Efetivamente, os emigrantes
partiam em busca de qualquer coisa nova. Ou seja, a emigração italiana foi um ponto
de partida para a renovação da própria Itália. Por meio das remessas, dos frequentes
contatos, uma difusão da história italiana em 190 países do mundo. Neste contexto,
fazer uma releitura dos 150 anos da Unidade significa também rever essa vanguarda
da economia, da cultura, da Igreja italiana, que se transformou em um valor agregado
à reconstrução do país, mas também na construção da Itália”.
O número de processos
nos cartórios atesta que cerca de 50 mil italianos se mudam para o estrangeiro por
razões de trabalho e família. Mais númerosos são aqueles que deixam a Itália por breves
períodos de trabalho. A emigração adquire um caráter jovem com mais de 17 mil estudantes
universitários que se mudaram no ano acadêmico de 2008/2009 dentro do programa Erasmus.
E, ainda, sem esquecer de contar os cerca de 6 mil agentes de ONG’s italianas, uma
centena de sacerdotes que prestam assistência e os missionários que trabalham no exterior.
(RB)