OITO MILHÕES DE PESSOAS PASSAM FOME DEVIDO À SECA NO CHIFRE DA ÁFRICA
Roma, 18 jun (RV) – A seca na região do Chifre da África está piorando a crise
alimentar para as populações locais e agravando a situação de fome para milhares de
pessoas. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, calcula
que oito milhões de pessoas estejam precisando de imediata ajuda humanitária na Etiópia,
Gibuti, Kenya e Somália.
Por duas estações consecutivas, a chuva está escassa
na zona e abaixo da média anual. Essa situação provocou sérias perdas na colheita,
esgotamento das pastagens e a morte de animais.
O coordenador da FAO para
emergências na África oriental, Rod Charters, explicou que essa é uma característica
crônica da região, não é um fenômeno natural repentino. “O desafio é colocar os pequenos
agricultores e os pastores em condições de lidar com essas características climáticas”,
principalmente nos momentos extremos.
Na Somália, as taxas de desnutrição
estão entre as mais altas do mundo. No sul do país, estima-se que uma a cada quatro
crianças sofra de desnutrição grave. Um terço do país – dois milhões e meio de pessoas
– precisam de ajuda humanitária imediata, número que tende a aumentar, principalmente
com o aumento dos conflitos internos.
Não há perspectiva de melhora para a
região, pelo menos até outubro, quando deveria iniciar a estação das chuvas. A FAO
sublinha a necessidade de intervenção urgente no Chifre da África para diminuir o
impacto da seca e proteger a população, porque pessoas estão morrendo em confrontos
pelos poucos pastos e criação de animais que restaram. (ED)