CNBB: "NÃO SE SUBORDINA A AGENDA AMBIENTAL À AGENDA ECONÔMICA"
Brasília, 18 jun (RV) – Nesta sexta-feira, 17 de junho, em Brasília, foi realizada
coletiva de imprensa, que marcou o encerramento da reunião do Conselho Permanente
da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Os bispos da recém-eleita Presidência
da CNBB falaram aos jornalistas sobre o Código Florestal brasileiro, que está em trâmite
no Senado, a crescente violência contra pequenos agricultores e assentados no norte
do país e sobre a Campanha da Fraternidade de 2012, que tratará da Saúde Pública.
Os
bispos aprovaram uma nota sobre o Código Florestal e outra sobre os atos de violência
na região Amazônica.
Sobre o Código Florestal afirmaram: “não temos o direito
de subordinar a agenda ambiental à agenda econômica”, manifestando assim a preocupação
da Igreja com os impactos e as consequências do novo Código Florestal. “Sem um cuidado
real com a natureza, com as florestas e com as águas nós não teremos futuro.”
Destacou-se
também a criação de um Fórum, organizado por entidades da sociedade civil, entre as
quais a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Associação Brasileira de Imprensa (ABI)
e a própria CNBB, entre outras, para participar diretamente da reformulação do Código
Florestal no Senado, levantando questionamentos e debatendo alternativas.
Esse
Fórum atuaria sobretudo nos pontos do Código Florestal especialmente controversos
e criticados por especialistas, tais como a flexibilização da lei que altera o regramento
das Áreas de Preservação Permanente (APPs) e a anistia das multas e penalidades pelas
ocupações e desmatamentos em áreas de agropecuária e de alta relevância ambiental.
Sobre a violência na região Amazônica, que nos últimos meses vitimou vários
trabalhadores rurais, pequenos camponeses, lideranças de assentamentos e ambientalistas,
o Presidente da CNBB, Dom Raymundo Damasceno Assis, disse que o “Governo brasileiro
deve tomar todas as medidas cabíveis para evitar os confrontos que estão ocorrendo
e proteger as pessoas que estão sendo marcadas para morrer”. (CNBB/ED)