ARCEBISPO VEGLIÒ: ABRIR CANAIS HUMANITÁRIOS PARA SOCORRER NO MAR OS REFUGIADOS
Cidade do Vaticano, 18 jun (RV) - "O acolhimento é um dever da Europa em relação
a estes homens e estas mulheres e, portanto, pedimos aos governos europeus que façam
todo o possível para socorrer as embarcações que se encontram no mar."
O apelo
foi feito nesta quinta-feira pelo Presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para
os Migrantes e os Itinerantes, Dom Antonio Maria Vegliò, por ocasião da vigília de
oração pelas vítimas das viagens rumo à Europa, que teve como tema "Morrer de esperança",
celebrada em Roma, na Basílica de Santa Maria em Trastevere.
A vigília foi
organizada pela Comunidade romana de Santo Egidio, Fundação Migrantes, Centro Astalli,
Federação Igrejas Evangélicas na Itália, Caritas italiana e Acli (Associação de trabalhadores
italianos cristãos).
"Pedimos a todos que vivam a dimensão do acolhimento,
sabendo que no acolher jamais se perde alguma coisa, mas se aproveita uma ocasião
preciosa para reencontrar também a nossa humanidade", ressaltou o Arcebispo.
"Nos
pequenos centros e localidades onde se encontram os refugiados, muitos italianos demonstraram
com gestos, oferecendo roupas e indo ao encontro deles – como fizeram os cidadãos
de Lampedusa –, que há mais alegria no acolhimento do que no fechamento em si mesmos",
acrescentou Dom Vegliò.
Nos primeiros cinco meses deste ano, 1820 pessoas morreram
no mar Mediterrâneo, das quais 1633 em viagem via maris rumo à Itália. "Esses
últimos meses foram trágicos. Das embarcações que partiram da Líbia, algumas estavam
em condições tais que assim que saíram das águas territoriais líbias começaram encher-se
de água", observou o Presidente do dicastério vaticano.
"Recordar essas pessoas
torna-se um compromisso para despertar as consciências e ajudar a agir em favor do
bem de todos", concluiu o Arcebispo.
As organizações promotoras fizeram apelo
à comunidade internacional e às instituições a fim de que "se faça urgentemente a
abertura de canais humanitários e se assegure a transferência das pessoas a lugares
seguros. Somente um esforço conjunto, nesse sentido, pode impedir que as pessoas em
fuga arrisquem a própria vida no mar". (RL)