2011-06-17 16:59:45

USINAS HIDRELÉTRICAS: UM LADO NADA LIMPO DA ENERGIA QUE VEM DA FORÇA DAS ÁGUAS



RealAudioMP3 Cidade do Vaticano, 17 jun (RV) - O Brasil é reconhecido internacionalmente pela geração de energia por meio da construção de usinas hidrelétricas. Até poucos anos, a Usina de Itaipu detinha o título de maior do mundo, perdido depois que a Usina de Três Gargantas entrou em operação, na China.

É fato que em relação aos resíduos da produção de energia – se comparado aos das centrais termoelétricas e nucleares – eles não existem, já que a energia vem da força das águas que fazem os geradores funcionar. Isso sem mencionar as chamadas energias 100% limpas – e já não mais "do futuro" – solar e eólica.

Contudo, o impacto ambiental da construção de barragens é inestimável, por mais que os especialistas o tentem calcular. Mais grave ainda é o impacto na vida das pessoas que são obrigadas a abandonar o lugar onde nasceram, viveram e viram os familiares serem enterrados.

Tudo isso, à luz das discussões sobre a construção da Usina de Belo Monte, no rio Xingu, que alagaria milhares de hectares de terras indígenas, comprometendo a sobrevivência dos silvicolas, sem falar nas inúmeras e imprevisíveis mudanças que tal fato provocaria no ecossistema da floresta mais cobiçada – e menos respeitada – do planeta.

Para analisar tais impactos, basta recordar a construção da Hidrelétrica de Itá, na divisa entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Foram quase 30 anos de estudos e discussões até que o leito do rio Uruguai fosse bloqueado e suas águas represadas formassem o lago que deixou submersas as ruínas da antiga cidade.

A única coisa que resistiu foram as torres da Igreja de São Pedro. Por trás da imagem de cartão postal e dos milhares de turistas que agora visitam a nova cidade planejada, estão as recordações de quem viu parte da história de suas vidas ficar submersa para sempre.

Entre estas recordações estão as memórias do antigo pároco de Itá, Padre Airton Maltauro. Ele lembra dos difíceis anos vividos pela população até que a cidade desaparecesse. A única evidência de que onde hoje existe um lago e antes havia uma cidade são as torres da Igreja. Padre Airton conta porque elas não foram demolidas, como aconteceu como o resto da cidade. (RB)







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