2011-06-17 11:51:16

TRABALHADORES DOMÉSTICOS AMPARADOS: A SATISFAÇÃO DA SANTA SÉ


Genebra, 17 jun (RV) - Os 183 membros da Organização Internacional do Trabalho (OIT) aprovaram nesta quinta-feira em Genebra, Suíça, um tratado que pretende amparar milhões de domésticas em todo o mundo.

Com o novo instrumento jurídico internacional, mais de 100 milhões de empregadas domésticas devem poder se beneficiar do direito a férias, licença maternidade, seguro-desemprego e horas regulares de trabalho, ou seja, dias e horário de entrada e de saída .

A convenção foi aprovada por 396 votos a favor, 16 contra e 63 abstenções.

Em declarações à Rádio Vaticano, o observador permanente da Santa Sé na organização, Arcebispo Silvano Tomasi, define esta como uma “etapa muito importante”.

“Desde os anos 60 do século passado, começou a falar-se, na OIT, da necessidade de uma proteção especial para os trabalhadores domésticos, porque eram vistos, como ainda o são, como uma categoria de trabalhadores invisíveis. Nunca tiveram grandes sindicatos para protegê-los” – disse o arcebispo italiano.

Para a OIT, a aprovação do texto é “histórica”, já que constitui o primeiro instrumento jurídico internacional para os trabalhadores domésticos, que representam pelo menos 52,6 milhões de pessoas no mundo.

O ministro do trabalho do Brasil, Carlos Roberto Lupi, manifestou o apoio do país no momento da votação: “Este é um passo decisivo para eliminar a discriminação. Os países aqui presentes têm consciência social que estão oferecendo essa possibilidade a milhões de pessoas consideradas cidadãs de segunda classe”, declarou à plateia da conferência após a votação.

Dom Tomasi ressaltou, por sua vez, o empenho dos católicos para o alcance deste acordo: “Grupos como Ação Católica Internacional para a Emigração, o Movimento para Trabalhadores Domésticos na India, a Obra Internacional Kolping e muitas outras organizações de inspiração católica se engajaram de modo bastante eficaz para consegui-lo”.

A convenção entrará em vigor após ser ratificada por apenas dois países. Os Estados podem optar por não assiná-la, o que poderia reduzir o impacto do tratado, mas os defensores do acordo dizem que sua força reside no fato de estabelecer um padrão mínimo de pressão.
(CM)







All the contents on this site are copyrighted ©.