2011-06-16 18:33:34

UE: ITÁLIA PORTA DE ENTRADA DE IMIGRANTES


Cidade do Vaticano, 16 jun (RV) - Nesta quarta-feira foi comemorado o dia Mundial do Refugiado. A data também traz a tona os 60 anos da Convenção de Genebra sobre o reconhecimento do estatus de refugiado. Na Itália, a preocupação com esse tema cresceu depois que milhares de refugiados do norte da África chegaram à costa italiana. Rafael Belincanta traz os detalhes.

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De acordo com a agência da União Europeia para as Fronteiras, a Itália se tornou a principal porta de entrada e imigrantes ilegais neste ano. Do total de 33 mil, 2/3 desembarcaram na ilha de Lampedusa. IIka Laitinen, Diretor do Frontex, explica como os dados foram levantados.

"Quando tiveram início os desembarques na ilha de Lampedusa, nós começamos a monitorar a situação com mais cuidado, estendendo o trabalho de troca de informações e repassando os dados aos países membros da União Europeia e outras instituições. Por outro lado, fizemos patrulhas aéreas e no mar com especialistas e talvez essa seja a parte mais concreta do nosso trabalho".

Somente nos três primeiros meses deste ano, mais de 14 mil pessoas chegaram à Itália, mais especificamente à Ilha de Lampedusa. 1.250 morreram durante a travessia do Mar Mediterrâneo. O último desembarque aconteceu no sábado: 1.500 imigrantes, a maioria em fuga da Líbia, contudo de nacionalidades principalmente de países sub-saharianos que viajaram em embarcações precárias e lotadas. Para o Diretor do Centro Astalli, o Governo italiano demonstra despreparo para acolher os imigrantes, e isso já começa a se refletir nas cidades, onde é cada vez mais comum ver imigrantes sem auxílio vagando pelas ruas.

"Eles não se integram porque não existe um sistema de acolhimento. O governo tem três mil vagas que, obviamente, não são suficientes. Por isso, continuamos a ver esses imigrantes pelas ruas das grandes cidades, como Roma. Apesar dos investimentos da Prefeitura de Roma no acolhimento dos refugiados, muitos são deixados a própria sorte, e isso só faz piorar esse sistema e essa é a nossa principal preocupação".

Franck Tayodjo nem sempre pode conversar tranquilamente com a imprensa. Jornalista de Camarões, ele também chegou à Italia como clandestino perseguido pelo governo de seu país. Hoje ele é um refugiado reconhecido pelo Estado italiano e fala sobre os emigrantes que saem do Norte da África. (RB)







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