Cidade do Panamá, 15 jun (RV) - No contexto do Dia Mundial contra o Trabalho
Infantil, celebrado no último domingo, 12 de junho, o Arcebispo de Panamá, Dom José
Domingo Ulloa Mendieta, criticou os altos níveis de corrupção em que vive a nação
centro-americana e convidou o governo de Ricardo Martinelli a erradicar o trabalho
infantil, porque é uma “anomalia social” que atinge milhares de crianças. “Existiu
e existirá a corrupção até que existam cúmplices, e nós somos cúmplices pois a consideramos
algo natural, um tipo de esperteza e nada mais” – disse o Arcebispo na homilia da
Missa dominical, na Cidade de Panamá.
Dom Ulloa lamentou que no Panamá, 60.700
menores e adolescentes trabalham como adultos e são explorados sem que o Estado lhes
garanta algum direito ou lhes dê uma instrução: “elas têm o direito de gozar a sua
infância e de se formarem; é preciso dar-lhes esta possibilidade. É a hora que os
pais, o Estado e as organizações da sociedade civil encontrem um acordo para eliminar
esta anomalia social em nosso país” – destacou Dom Ulloa.
Segundo os dados
publicados pela imprensa local, a Secretaria Nacional para Crianças, Jovens e Família
do Panamá indica oficialmente que 60.702 crianças e adolescentes de 5 a 17 anos trabalham
em áreas rurais e urbanas do país sem algum tipo de proteção, o que, como denuncia
Dom Ulloa, lesa seus direitos fundamentais.
O Arcebispo ainda exortou as autoridades
panamenses a indagar “profundamente” sobre os escândalos que envolveram inclusive
o governo nos últimos meses. Tais escândalos, denunciados pelos partidos da oposição
e por organizações civis, envolvem funcionários do governo em tráficos de droga e
de seres humanos. (SP)