IMPUNIDADE E INTERESSES, CÚMPLICES DA VIOLÊNCIA NO BRASIL
Ipameri,
14 jun (RV) - A Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça
e da Paz, da CNBB, presidida pelo bispo de Ipameri (GO), Dom Guilherme Antônio Werlang,
emitiu uma nota em solidariedade ao arcebispo de Porto Velho (RO), Dom Moacyr Grechi,
e as comunidades da arquidiocese de Porto Velho, em decorrência do assassinato de
líderes camponeses extrativistas, ocorrida na última semana na Região Amazônica. Na
nota, a Comissão expressa o seu repúdio à violência praticada pelos agentes do capital
que avançam sobre a floresta no Brasil.
Dom Guilherme conversou com Cristiane
Murray e manifestou a sua indignação pela brutalidade do poder econômico/social e
a impunidade que infelizmente hoje são comuns no Brasil.
Diante da gravidade
dos fatos, a nota da Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz da CNBB
exige a investigação destes crimes e a punição dos culpados, bem como a proteção de
todos que arriscam suas vidas em favor da preservação e da produtividade sustentável
da floresta.
Para o bispo de Ipameri, o Brasil sustenta uma imagem de país
pacífico, mas na verdade, assistimos a uma série de conflitos urbanos e rurais causados
pelo predomínio da cultura do capital. Nessa entrevista, Dom Guilherme dá destaque
à atuação da Igreja católica junto às populações sofredoras do cerrado e da Amazônia.
Leia abaixo a íntegra da nota da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço
da Caridade, da Justiça e a Paz.
Arcebispo de Porto Velho Exmo. Revmo. Dom
Frei Moacyr Grechi e às comunidades da Diocese.
A Comissão Episcopal Pastoral
para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz – CNBB, atenta aos casos de assassinato
de líderes camponeses extrativistas, ocorridos na última semana na Região Amazônica,
tem manifestado repúdio à violência praticada pelos agentes do capital que avançam
sobre a floresta em nosso País.
Hoje, expressa solidariedade ao povo da diocese
de Porto Velho pelo brutal assassinato do líder do movimento camponês de Corumbiara,
Sr. Adelino Ramos, mais uma vítima na denúncia dos crimes de corte e exportação ilegal
de madeira na Amazônia, junto ao assentamento Vista Alegre no Estado de Rondônia.
Diante da gravidade dos fatos, exige a investigação deste crime e a punição dos culpados,
bem como, a proteção de todos e todas que arriscam as suas vidas em favor da preservação
e da produtividade sustentável da floresta.
No espírito do compromisso da Campanha
da Fraternidade de 2011, a Comissão reafirma a importância da ação profética na preservação
da Criação, garantindo a vida das futuras gerações no Planeta e conclama a toda a
Nação para uma efetiva política agrária justa e sustentável.
A Comissão Pastoral
para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz – CNBB, em nome das Pastorais Sociais
e dos Organismos a ela vinculados, agradece o apoio da Arquidiocese de Porto Velho
às lideranças do campo e da floresta, ao mesmo tempo em que oferece a sua colaboração
ao processo evangelizador junto às comunidades e assentamentos.
Brasília, DF,
30 de maio de 2011 Dom Guilherme Antônio Werlang MSS Presidente da Comissão
Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz