SACERDOTE ALEMÃO MORTO EM CAMPO DE CONCENTRAÇÃO SERÁ BEATIFICADO HOJE
Dresden, 13 jun (RV) - Tem lugar hoje, em Dresden, Alemanha - como disse o
Papa ontem no Regina Coeli - o rito de Beatificação de Alois Andritzki, um sacerdote
diocesano, martirizado no campo de concentração de Dachau. Presente na cerimônia o
Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato, representante
do Santo Padre. Alois nasceu em 2 de julho de 1914 em Radibor (Saxônia), numa família
de cinco filhos: os três irmãos escolheram o estudo da teologia e dois se tornaram
sacerdotes, incluindo o novo Beato. Após o colegial, estudou Filosofia e Teologia
em Paderborn, entre 1934 e 1937.
Tornou-se porta-voz dos estudantes “sorabi”
- comunidade de língua eslava que residia a leste de Dresden - e redator do jornal
de sua universidade. Depois de frequentar o seminário em Schmochtitz, foi ordenado
sacerdote na Catedral de São Pedro em Bautzen, no dia 30 de julho de 1939, e foi nomeado
responsável da Pastoral da juventude, capelão da Hofkirche de Dresden e diretor dos
“Pueri Cantores”. Os jovens o admiravam por sua honestidade e por seu espírito esportivo.
Por causa de seu descaso em relação ao regime nazista chamou a atenção das
estruturas do Estado. Depois de uma representação teatral, foi submetido a um interrogatório
pela Gestapo. Padre Alois então disse aos seus jovens: “Isto é apenas o começo”. Em
21 de janeiro de 1941 foi preso e acusado de modo injusto de “ataques contra o Estado
e o Partido”. Em outubro do mesmo ano foi deportado para o campo de concentração de
Dachau.
Durante a transferência, ele conheceu o religioso beneditino Maurus
Münch de Treviri. Desde a chegada ao campo, os dois prometeram solenemente de não
reclamar jamais e de não esquecer em nenhum momento de sua vocação sacerdotal. Com
outros sacerdotes formaram um círculo de estudo, no qual três noites por semana lia-se
a Sagrada Escritura; do grupo bíblico nasceu também círculo litúrgico.
Em
Dachau, Andritzki adoeceu de tifo. Perto da morte, pediu ao soldado de guarda poder
receber a Sagrada Comunhão; o guarda respondeu: “Você quer Cristo? Você receberá uma
injeção”. No dia 3 de fevereiro de 1943, Alois Andritzki recebeu uma injeção letal.
A urna com suas cinzas foi enterrada no Cemitério Católico em Dresden, no dia 15 de
abril de 1943. O Bispo de Dresden-Meissen, Dom Joachim Reinelt, iniciou a fase diocesana
do processo de Beatificação de Andritzki no dia 2 de julho de 1998; no dia 10 de dezembro
de 2010, o Papa Bento XVI autorizou a Congregação para as Causas dos Santos a promulgar
o decreto sobre o martírio do Servo de Deus. (SP)