Cidade do Vaticano, 10 jun (RV) - Na manhã de ontem, quinta-feira, o Papa Bento
XVI recebeu em audiência na sala Clementina, no Vaticano, os embaixadores da Moldávia,
Guiné Equatorial, Belize, Síria, Ghana e Nova Zelândia que apresentaram suas cartas
credenciais ao Santo Padre. Os embaixadores, que irão representar seus respectivos
países junto à Santa Sé, receberam as boas-vindas do Papa, que, em seguida, dedicou-lhes
um discurso.
Todavia, para além do discurso em conjunto pronunciado pelo Papa
aos novos Embaixadores, Bento XVI entregou a cada um deles outro discurso no qual
se detém mais especificamente sobre os países por eles representados. Significativo
o discurso entregue ao Embaixador da Síria, no qual o Papa se refere expressamente
às recentes revoltas em países árabes e à situação no Oriente Médio.
Os acontecimentos
dos últimos meses nos países árabes do Mediterrâneo – destaca Bento XVI – “manifestam
o desejo de um futuro melhor no âmbito da economia, da justiça, da liberdade e da
participação na vida pública”. Para o Papa, que menciona o caso sírio, estes acontecimentos
evidenciam “a urgente necessidade de autênticas reformas na vida política, econômica
e social”, sem deixar, porém de auspiciar “que estas evoluções se realizem sem a intolerância,
discriminação ou conflito, ou, ainda mais, com a violência”. Elas devem desenrolar-se
“no respeito absoluto da verdade, da coexistência, dos legítimos direitos das pessoas
e das coletividades, sob o signo da “reconciliação”. O Santo Padre evidencia ainda
que deveriam ser esses os princípios “ a guiar as autoridades, tendo em conta tanto
as aspirações da sociedade civil como também as pressões internacionais”.
No
que diz respeito à situação do Oriente Médio, no seu conjunto, “deve-se encontrar
uma solução global que faça progredir a paz na região”. Esta solução – sublinha o
Papa – tem que ser “fruto de um compromisso” entre as partes, “não uma opção unilateral
imposta com a força”, que nada resolve.
Sublinhando a insuficiência de “soluções
parciais e unilaterais”, e evocando os “sofrimentos de todas as populações” do Oriente
Médio, o Papa adverte que é “necessário proceder com uma abordagem global que não
exclua ninguém na busca de uma solução negociada e que leve em consideração as aspirações
e os legítimos interesses dos diversos povos”. (SP)