Cidade
do Vaticano, 09 jun (RV) – Depois de quase sete horas de sessão, por seis votos
contra três, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu reiterar o último ato do ex-Presidente
Lula de não extraditar Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua na Itália por
assassinato. Os ministros também decidiram pela emissão imediata de um alvará de soltura
em favor de Battisti, que estava preso em Brasília. O Presidente do Supremo, Cezar
Peluso que, junto com a Ministra Ellen Gracie e o Mnistro-Relator Gilmar Mendes, votou
contra a decisão de Lula, encerrou o Caso Battisti, ao menos por enquanto.
"Eu
não posso deixar de admitir que, não obstante vencido, estou convencido que o ex-Presidente
neste caso descumpriu a lei e a decisão do STF, mas proclamo o resultado".
A
decisão provocou reações imediatas das mais altas autoridades italianas. O Presidente
da República, Giorgio Napolitano, em nota publicada pelo Palácio Quirinal disse "deplorar
a decisão que contrasta com as relações históricas de consangüinidade e amizade entre
os dois países e que renova os votos de solidariedade aos familiares das vítimas assassinadas
por Cesare Battisti".
Do Palácio Chigi, sede da presidência do Conselho dos
Ministros, chegou também uma nota à imprensa. Nela, o Primeiro-Ministro Silvio Berlusconi
afirma que recebeu a notícia "com grande pesar e que a decisão não leva em consideração
as legítimas expectativas de justiça do povo italiano mas que respeita a vontade do
STF, entretanto disse que a Itália vai procurar outras instâncias jurisdicionais para
assegurar o respeito aos acordos internacionais entre os dois países".
Da
Farnesina, sede do Ministério das Relações Exteriores, o ministro Franco Frattini,
disse que a Itália vai contestar a decisão do STF no Tribunal Penal Internacional
de Haia, na Holanda.
Por fim, o Ministro da Justiça italiano, Angelino Alfano,
também recebeu com surpresa a notícia. "Para o Estado Italiano, Cesare Battisti é
um assassino. Autor de crimes brutais e, por isso, deve cumprir uma pena adequada
a tais fatos e também para honrar a memória das vítimas do terrorismo e seus familiares
e de toda a Itália". (RB)