2011-06-04 20:27:31

Jovens da Croácia, deixai que Jesus vos tome pela mão! Confiai n’Ele, não vos desiludirá


(4/6/2011) Bento XVI concluiu este primeiro dia da sua visita á Croácia com a vigília de oração com os jovens na Praça Josip Jelacic de Zagreb.
O Papa agradeceu a D. Srakić, Presidente da Conferência Episcopal, as palavras com que introduziu o encontro e, de modo particular, agradeçeu aos dois jovens que ofereceram os seus belos testemunhos. A experiência vivida por Daniel lembra a de Santo Agostinho: é a experiência de procurar o amor «fora», para depois descobrir que me é mais íntimo do que o sou eu mesmo, que me «toca» profundamente e me purifica... Mateja, por sua vez, falou da beleza da comunidade, que abre o coração, a mente o carácter..
Bento XVI comentou depois a Carta de S. Paulo aos cristãos de Filipos quando se encontra na prisão, à espera de ser julgado. Está preso, mas o anúncio e o testemunho do Evangelho não podem ser acorrentados. A experiência de São Paulo revela como é possível, no nosso caminho, conservar a alegria mesmo nos momentos escuros.
No coração de cada um, habita um intenso desejo de felicidade. Cada acção, cada decisão, cada intenção traz nela escondida esta exigência íntima e natural. Muitas vezes, porém, damo-nos conta de ter colocado a nossa confiança em realidades que não satisfazem tal desejo, antes, fazem-nos ver toda a sua precariedade. E é em tais momentos que se sente necessidade de algo que chegue «mais além», que dê sentido ao viver quotidiano.

No Evangelho de João, -prosseguiu Bento XVI - Jesus, dirigindo-Se aos seus primeiros discípulos, pergunta: «Que procurais?» (Jo 1, 38). ……É Ele que vos procura, ainda antes de O procurardes vós! Respeitando plenamente a vossa liberdade, aproxima-Se de cada um de vós e propõe-Se a Si mesmo como a resposta autêntica e decisiva para aquele anseio que habita no vosso ser, para o desejo de uma vida que valha a pena ser vivida. Deixai que Ele vos tome pela mão! Deixai-O entrar cada vez mais como amigo e companheiro do vosso caminho! Confiai n’Ele, não vos desiludirá jamais. Jesus faz-vos conhecer de perto o amor de Deus-Pai, faz-vos compreender que a vossa felicidade se realiza na amizade com Ele, na comunhão com Ele, porque fomos criados e salvos por amor e, só no amor – um amor que quer e procura o bem do outro –, experimentamos verdadeiramente o sentido da vida e sentimo-nos contentes de viver, mesmo no meio das canseiras, das provas, das desilusões, mesmo indo contra corrente.

Bento XVI recordou depois o tema da sua Mensagem para o próximo dia mundial da juventude de Madrid «enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé» (Col 2, 7).
Crescendo na amizade com o Senhor, através da sua Palavra, da Eucaristia e da pertença à Igreja, com a ajuda dos vossos sacerdotes, podereis testemunhar a todos a alegria de ter encontrado Aquele que sempre vos acompanha e chama a viver cheios de confiança e esperança.

Caminhar com Ele – salientou o Papa - requer o compromisso e o sacrifício pessoal, mas vale a pena! Não vos deixeis desorientar por sedutoras promessas de sucesso fácil, de estilos de vida que privilegiam a fachada em detrimento da interioridade. Não cedais à tentação de depositar absoluta confiança no ter, nas coisas materiais, renunciando a enxergar a verdade que está mais além, como uma estrela alta no céu, para onde Cristo vos quer conduzir.
Bento XVI indicou depois como modelos para os jovens, personalidades luminosas do cristianismo como Francisco e Clara de Assis, Rosa de Viterbo, Teresa do Menino Jesus, Domingos Sávio, detendo-se em particular sobre a figura do beato croata Ivan Merz, jovem brilhante, inserido a todos os títulos na vida social, que, após a morte da jovem Greta – o seu primeiro amor –, empreende o caminho universitário. Durante os anos da primeira guerra mundial, encontra-se face a face com a destruição e a morte, mas tudo isto o molda e forja, fazendo-lhe superar momentos de crise e de luta espiritual. A fé de Ivan reforça-se de tal modo que se dedica ao estudo da liturgia e começa um intenso apostolado entre os próprios jovens. Descobre a beleza da fé católica, e compreende que a vocação da sua vida é viver e fazer viver a amizade com Cristo.
Morre a 10 de Maio de 1928, tendo apenas 32 anos, depois de alguns meses de doença, oferecendo a sua vida pela Igreja e pelos jovens.
O Papa sublinhou os inúmeros gestos de caridade, de bondade que encheram o caminho da sua vida.
A concluir o seu discurso aos jovens da Croácia Bento XVI confiou-os á Mãe da Igreja venerada e amada com o titulo de Majka Božja od Kamenutih vrata [«Mãe de Deus da Porta de Pedra»].
( texto integral em Documentos do Vaticano)












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