ARCEBISPO VEGLIÒ: EUROPA FAVOREÇA INTEGRAÇÃO DOS IMIGRANTES SEM ESCONDER SUAS RAÍZES
CRISTÃS
Budapeste, 02 jun (RV) - O diálogo e a educação são os instrumentos indispensáveis
para promover a integração dos migrantes na Europa: foi o que afirmou nesta quinta-feira
o Presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes,
Dom Antonio Maria Vegliò, na Conferência sobre o diálogo inter-religioso, em andamento
em Budapeste, promovida pela presidência de turno da Hungria do Conselho da União
Europeia.
O Presidente do dicastério vaticano para os Migrantes e os Itinerantes
deteve-se, em particular, sobre o papel das religiões na integração dos imigrantes.
Participam do evento, que se conclui nesta sexta-feira, o Arcebispo de Esztergom-Budapeste
e Presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa, Cardeal Peter Erdő,
e numerosos representantes institucionais.
"A diversidade cultural é, em primeiro
lugar, uma riqueza": foi o que ressaltou o Arcebispo Vegliò que, em seu articulado
pronunciamento em Budapeste, reiterou o papel positivo das religiões na integração
dos migrantes, sobretudo no Continente europeu.
Após uma avaliação sobre o
contexto cultural em que se insere o fenômeno da emigração rumo à Europa, o discurso
do prelado focalizou o binômio diálogo-educação. Estes – disse ele – são os instrumentos
indispensáveis para dar vida a uma real convivência e integração de pessoas com culturas
diferentes.
O prelado indicou alguns dos objetivos desse compromisso: o acolhimento,
a cooperação, o respeito, o contrastar aquelas atitudes de medo ou indiferença para
com a diversidade. Em seguida, Dom Vegliò ressaltou que não é necessário buscar uma
assimilação dos migrantes que elimine a sua história. Mas, sobretudo, é preciso buscar
uma integração autêntica, mediante "o conhecimento sereno e sem preconceitos" da cultura
do outro.
A imigração não deve ser percebida como uma ameaça contra a identidade
social e cultural da nossa sociedade – afirmou o prelado. Por isso – observou –, é
preciso uma mudança de mentalidade que deve ser favorecida, sobretudo, pelas confissões
religiosas comprometidas com a formação das consciências.
"As religiões devem
assumir um papel fundamental", porque para uma integração real não basta considerar
"as instâncias políticas, econômicas e sociais" – frisou o Arcebispo.
Por outro
lado, Dom Vegliò evidenciou que a Europa não pode pensar favorecer uma real integração
dos migrantes escondendo as suas raízes cristãs, os valores e os princípios que determinaram
o seu nascimento. E reiterou que a tolerância não deve ser confundida com a aceitação
acrítica de todo e qualquer estilo de vida.
Por fim, o Presidente do Pontifício
Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes assegurou o compromisso da
Igreja Católica a "colocar-se a serviço da construção europeia", a promover o diálogo
intercultural colaborando com as outras realidades religiosas e as instituições civis.
(RL)