Apesar do diálogo entre cristãos e muçulmanos estar «a crescer», líderes religiosos
devem «mudar mentalidade instalada», diz o arcebispo de Tunes
(2/6/2011) D. Maroun Lahham destacou esta quarta-feira que as iniciativas de aproximação
entre muçulmanos e cristãos estão a crescer, “à medida que este tema supera dúvidas
e uma certa psicologia do medo”. “Os líderes religiosos, de parte a parte, têm
um grande desafio a enfrentar: remar contra a corrente, contra a mentalidade instalada
no meio árabe, cristão e muçulmano”, afastando “sentimentos de distância, desconfiança
e conflito” sublinhou o arcebispo de Tunes, ontem á tarde em Turim. Esta cidade
italiana acolhe até esta quinta feira um encontro de bispos e delegados europeus,
com o objetivo de “sentir o pulso” ao diálogo interreligioso entre Igreja Católica
e Islão, dentro do “Velho Continente” e não só. D. Maroun Lahham abordou especificamente
a relação entre as duas religiões no Médio Oriente e Norte de África. “Em geral,
as relações com o Médio Oriente são boas, a nível oficial, entre as autoridades políticas,
entre os pensadores e homens da cultura, mas ao nível das ruas há mudanças a fazer”
salientou o prelado jordano, apontando para marcas deixadas ao longo de 15 séculos
de convivência, como as Cruzadas, o colonialismo ou, mais recentemente, a Guerra do
Golfo. Mesmo transportando esta problemática somente para as fronteiras de Israel
ou do Egito, onde a maior parte dos cristãos “são árabes”, o diálogo não deixa de
conhecer “o peso da História, os preconceitos as perguntas sem resposta”. No entanto,
“estes pontos não devem constituir um entrave à relação entre cristãos e muçulmanos,
mas sim um incentivo para aprofundá-lo, em espírito de caridade e verdade” concluiu
D. Maroun Lahham.