RÁDIO VATICANO: 80 ANOS – A HISTÓRIA DO PROGRAMA LITUANO
Cidade
do Vaticano, 31 mai (RV) - O primeiro noticiário em lituano foi transmitido na
noite de 27 de novembro de 1940. A criação do programa lituano, de um lado, marcava
um novo passo na ampliação das transmissões da Rádio Vaticano e, de outro, ia ao encontro
das necessidades da comunidade católica da Lituânia ainda consternada por causa da
recente ocupação soviética marcada por ondas de perseguição e censura de todos os
meios de comunicação. No primeiro programa, dom Francesco Bučys, agradeceu o Papa
Pio XII por ter permitido as transmissões para a Lituânia. Assistindo e sustentando
a comunidade católica.
A necessidade de poder ouvir uma voz livre proveniente
de Roma foi reconfirmada com ainda mais evidência com o fim da Segunda Guerra Mundial.
Ao contrário do que acontecia na Europa Ocidental, na Europa do Leste o fim do conflito
era somente o prolongamento dos tempos passados. Nos primeiros anos depois da guerra,
se encontravam em Roma algumas dezenas de sacerdotes e seminaristas saídos da Lituânia
ocupada. Eles constituiriam o núcleo da futura e estável redação lituana da Rádio
Vaticano.
Depois de duas árduas décadas, os primeiro sinais de esperança começam
a aparecer. A novidade do Concílio Vaticano II conseguia, ao menos parcialmente, ultrapassar
a cortina de ferro e criar na comunidade católica lituana, até então oprimida e isolada
do mundo, um novo desejo de sentir-se parte da Igreja. No mesmo período, nos diversos
países da área comunista nasceram movimentos de dissidência política. É nesse contexto
que nasce em 1972 as "Notícias da Igreja Católica na Lituânia" – uma publicação periódica
clandestina que registrava as perseguições. Quando os primeiros números do periódico
chegaram ao Ocidente, nos programas lituanos da Rádio Vaticano foi criada uma editoria
especial que por quase duas décadas continuou a informar os ouvintes na Lituânia sobre
os abusos contra os cristãos. É assim que o papel da Rádio Vaticano foi decisivo para
a defesa da liberdade religiosa na Lituânia.
Com o pontificado de João Paulo
II tiveram início novos tempos para a Igreja na Lituânia. A poucos dias da eleição
o novo Papa assegurou que "a metade do seu coração batia pela Lituânia". Por meio
das ondas da Rádio Vaticano, junto com os ensinamentos papais, com o notável "Não
tenham medo!" (Non abbiate paura!) que atingiu os quatro cantos do mundo, chegaram
também aos fiéis da Lituânia as numerosas palavras de conforto e de esperança voltadas
especialmente a eles, como aquelas pronunciadas em 13 de janeiro de 1991 quando, depois
de saber do assassinato de 14 pessoas na torre de TV di Vilnius, o Papa com sinais
de comoção disse: "sofro e rezo com vocês". Finalmente, em setembro de 1993, João
Paulo II visitou a Lituânia livre.
"Agradecemos vocês, lituanos, por este
Monte das Cruzes, por este grande testemunho dado a Deus e ao homem. Quero dizer a
todos: o homem é fraco quando é vítima e talvez seja ainda mais fraco quando é o opressor.
O homem é fraco, mas este homem fraco pode ser forte na Cruz de Cristo, na sua morte
e Ressurreição. Esta é a mensagem que deixo a todos neste lugar místico da história
da Lituânia".
E hoje? Qual è o papel das transmissões lituanas da Rádio Vaticano?
Antes de tudo é preciso dizer que no panorama midiático da Lituânia é evidente a carência
de informação religiosa e, em geral, livre das determinações que vem da disputa pela
audiência. Portanto a Rádio Vaticano, por meio das transmissões de rádio e das notícias
na internet, é uma das principais fontes de notícias não só a respeito das atividades
do Santo Padre e da vida da Igreja, mas também dos fatos cotidianos da comunidade
católica na Lituânia.
A vocação dos programas lituanos da Rádio Vaticano vem
sendo vivenciada como um serviço de universalidade a favor da Igreja na Lituânia.
Hoje, como no passado consiste, sobretudo, em fornecer informações sobre os ensinamentos
e as atividades do Pontífice Romano. Ao mesmo tempo leva aos pastores das Igrejas
lituanas, aos fieis e também aos não-credentes, uma leitura católica, desassociada
de particularismos locais e universais da vida da Igreja, do homem e do mundo. (RB)