Cidade do Vaticano, 29 mai (RV) - Bento XVI recordou que quando ele tinha 14
anos, Hitler já havia dominado metade da Europa, as trevas sombrias do nazismo se
estendiam pelo continente e a congregação mariana de Regensburg, onde acabara de ingressar,
foi “dispersa aos quatro ventos”, marcando sua vida interior.
Ontem, o papa
recebeu em audiência uma delegação de compatriotas integrantes da Congregação e em
seu discurso, foi bem além do que constava no papel, falando de improviso e deixando-se
levar pelas recordações.
Justamente no dia 28 de maio de 70 anos atrás, o
jovem Joseph Ratzinger entrava na Congregação mariana de Regensburg, numa época sombria
por causa de Hitler, já marcada pela guerra.
O bispo de Rama evocou aqueles
dias remotos e relatou sua experiência pessoal de quando Hitler havia ocupado Polônia,
Dinamarca, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, a França e posteriormente, a Iugoslávia e
a Grécia. “Parecia que a Europa estava nas mãos deste poder, que jogava na incerteza
o futuro do cristianismo”.
“Aquela experiência deixou-me um elemento interior...
ficou-me claro que não se pode ser católico sem manter uma atitude mariana; que ser
católico significa ser mariano”. Esta convicção foi confirmada pelo papa com os estudos
de mariologia, concluídos depois da II Guerra Mundial.
Ao grupo, Bento XVI
recordou que existem atualmente na Baviera cerca de 40.000 congregações marianas e
convidou os membros da delegação de Regensburg a continuarem a dar testemunho do
Senhor, nos momentos difíceis como nos felizes”. (CM)