Roma, 27 mai (RV) - Dois advogados cristãos de Orissa, índia, denunciaram falsas
acusações de conversões do hinduísmo, na aldeia de Bada Sahi Saara, perto Khurda.
Em 8 de maio, três homens foram presos sob a acusação de prática de conversões forçadas
neste vilarejo. Outras 55 pessoas foram presas nos dias 22 e 23 de maio, em episódios
relacionados com o primeiro evento.
Manas Ranjan, ativista dos direitos humanos,
e Rasmi Ranjan Jena, realizaram uma investigação in loco. As acusações de conversão
forçada ou proselitismo – recorda a agência AsiaNews - são muitas vezes feitas por
organizações militantes hindus que são contrárias aos cristãos. As campanhas contra
conversões forçadas estão por detrás de muitas violências anticristãs, e são também
a origem dos ataques contra instituições cristãs em Orissa em 2007 e 2008.
De
acordo com a acusação, os detidos, junto com outros, teriam tentado convencer os autores
da denúncia e outras pessoas a abandonarem o culto dos deuses e deusas hindus, e abraçar
outra religião, que porém não é especificada. Todos os acusados são membros de tribos
e considerados “intocáveis”. Os acusados fazem parte de uma organização anti-casta.
Os advogados também conversaram com o policial da localidade de Khurda. Ele definiu
“falsas e levianas2 as acusações de conversão e afirmou que “não há envolvimento de
nenhum grupo religioso”.
A conclusão da investigação dos dois advogados é que
as denúncias vêm de membros de castas superiores, que se opõem à luta dos tribais
e dos intocáveis contra as discriminações. Mas os dois advogados cristãos também sugerem
que se investigue o papel desempenhado neste caso pela Rashtriya Swayamsevak Sangh
(Organização Nacional de Voluntários), movimento militante dos radicais hindus. (SP)