Cidade do Vaticano,
26 mai (RV) – Quando foi criada, em 25 de maio de 1963, reunia as jovens nações
africanas. Hoje, este instrumento regional vai além das fronteiras dos limites impostos
pelo desenvolvimento pós-colonial, e confirma o próprio papel no contexto do direito
internacional.
Entre os temas em foco na reunião dos chefes de estado e de
governo africanos, a crise na Líbia e no Sul do Sudão tiveram destaque. Argumentos
importantes também acerca do encontro do G8 na França, que começa hoje.
Para
analisar a evolução da União Africana no contexto dos processos histórico-políticos
atuais, a Rádio Vaticano conversou com o presidente da Fundação Pesquisa e Medicina
Africana na Itália, Mario Raffaelli.
"Há uma evolução positiva em relação
aquela organização precedente que, além de ser totalmente ineficiente era rotulada
como um tipo de clube de ditadores. Hoje, ao contrário, em alguns dos países-membros
se desenvolvem processos democráticos e isso faz com que a União Africana esteja atenta
e se adapte às novas exigências do continente. Obviamente que os processos não são
rápidos, estão ainda nos primeiros passos. Entretanto, se fizermos uma comparação
entre a União Africana do passado com a do presente o balanço é positivo", afirma
Raffaelli.
Em relação aos conflitos na Líbia e no Sudão, que deve ser dividido
entre Sudão e Sudão do Sul, não se viu uma posição enérgica da União Africana. Contudo,
Raffaelli pondera: "no passado a velha União Africana nem ao menos se ocupava destes
problemas, não tinha nem ao menos no seu ' DNA' a eventualidade de ocupar-se da gestão
de conflitos. Agora, mesmo com dificuldades, ao menos tenta encará-los".
Diante
do encontro do G8, o grupo de países mais ricos do mundo, que começa hoje em Paris,
questiona-se a posição da União Africana diante das potências ocidentais que, justamente,
deveriam investir no desenvolvimento africano.
Raffaelli conclui dizendo que
a União Africana está sim "mais consciente e mais forte pelo fato que estão em curso
processos bilaterais com a China e Índia, em particular, que caminham de maneira concreta.
Também deveria ser interesse das outras potências uma nova e importante aproximação.
Obviamente o G8 não decide nada, mas é o único grupo no qual os problemas africanos
podem ser analisados e dependendo do que for articulado, podem encontrar soluções
em outras instituições, já que falamos de uma recomendação vinda dos 8 países mais
importantes do mundo". (RB)