LÍDERES RELIGIOSOS FAZEM APELO AOS PODEROSOS DA TERRA
Bordeaux, 25 mai (RV) - Uma parceria mais transparente e mais forte entre os
Chefes de Estado e de Governo dos países que fazem parte do G8 e do G20, a Assembléia
Geral da ONU e a sociedade civil para responder juntos aos “desafios comuns” da economia,
das mudanças climáticas, do desenvolvimento e sobretudo da paz. Assim começa um apelo
lançado pelos participantes do Encontro de cúpula de líderes religiosos que teve início
ontem, em Bordeaux, na véspera da cúpula do G8 prevista para os dias 26 e 27 de maio,
na França.
Na declaração, os líderes religiosos pedem uma “reforma da governança
mundial”. “Devem ser tomadas medidas – lê-se no documento citado pela agência SIR
– para que o G8 e o G20 se insiram mais formalmente no quadro das Nações Unidas. O
G20 deve abrir as suas portas para os países com rendas baixas, fornecendo pelo menos
uma cadeira permanente à União Africana, à América Latina e aos organismos regionais
da Ásia”.
Os vários representantes das religiões pedem também que “o funcionamento
do G8 e do G20 seja mais transparente, para que a sociedade civil e os organismos
religiosos possam participar dos seus trabalhos, influenciar suas decisões e garantir
que os compromissos assumidos sejam mantidos”.
A declaração se divide em parágrafos.
Naquele relativo à situação macro-econômica, os líderes afirmam que “é urgente e indispensável
estabelecer um sólido quadro de regras para prevenir crises financeiras e proteger
os mais vulneráveis”. No parágrafo reservado às mudanças climáticas, salienta-se que
os países do G20 são responsáveis por 80% das emissões globais de gases com efeito
de estufa e no parágrafo dedicado ao desenvolvimento se pede aos países mais ricos
para que honrem os compromissos assumidos de dedicar 0,7% do seu PIB para ajudar os
países mais pobres na perspectiva de alcançar as Metas do Milênio estabelecidas pela
ONU em 2015.
O último parágrafo é dedicado à paz. “Os investimentos mundiais
em favor da paz, insignificantes em comparação com o orçamento militar - destaca a
declaração - devem ser aumentados, bem como os instrumentos não-militares necessários
para a manutenção da paz devem ser reforçados”. Os líderes religiosos pedem também
“que sejam sempre preferidos os meios não-violentos na luta contra o terrorismo e
nas discussões para promover a paz”. (SP)