JOÃO PAULO II: APRESENTADO LIVRO "EM VIAGEM COM UM SANTO"
Cidade do Vaticano, 25 mai (RV) - A viagem apostólica a Sarajevo – Bósnia-Herzegóvina
– em abril de 1997, foi querida por João Paulo II a todo custo, apesar das precárias
condições de segurança. Assim se expressou Filippo Anastasi, autor do livro "Em viagem
com um santo", durante a apresentação da obra, na tarde desta terça-feira, na Sala
Marconi da Rádio Vaticano.
Naquela ocasião o Papa Wojtyla celebrou a missa
no estádio municipal de Sarajevo, até pouco tempo antes vala comum para os 20 mil
corpos ali sepultados, "depois transferidos para as colinas circunstantes, desoladas
e marcadas por cruzes cristãs e cepos islâmicos" – recordou Anastasi.
"A um
certo ponto da celebração chorou", e depois gritou: "Nunca mais a guerra! Que Sarajevo,
cidade da morte, se torne cidade da vida!" – prosseguiu Anastasi.
O autor do
livro recordou também o que chamou de "viagens da solidão": à Índia, Cazaquistão e
Tunísia. "Em todas as partes do mundo quando se encontrava com as multidões, dedicava-se
totalmente às pessoas, mas quando entrava no carro, no helicóptero ou avião – ressaltou,
por sua vez, o Cardeal Salvatore De Giorgi –, se isolava de tudo para concentrar-se
na oração".
Por outro lado, o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé e Diretor
Geral da Rádio Vaticano, Pe. Federico Lombardi, ressaltou que João Paulo II "tornou
os jornalistas – envolvidos na grande aventura de suas viagens – testemunhas de eventos
que marcaram a história". Tratou-os "sem desconfiança ou medo", mas "com familiaridade
e simpatia" considerando-os "potenciais aliados na difusão de sua mensagem".
João
Paulo II foi "um grande missionário porque compreendeu a importância da dimensão do
ir, que é a "lei" da fé cristã", disse o Diretor de "Povos e Missão", Pe. Giulio Albanese,
detendo-se, em seguida, sobre a importância e a grande necessidade no mundo do jornalismo
de que "homens e mulheres aprendam do ensinamento de João Paulo II sobre a informação".
Karol
Wojtyla compreendera que "a informação é a primeira forma de solidariedade: dar voz
a quem não tem foi o que fez em todo momento de seu Pontificado. Foi graças a ele,
"a suas viagens, e à relação privilegiada com os jornalistas que o acompanhavam, que
se começou a falar sobre as guerras esquecidas" – frisou o missionário comboniano,
Pe. Albanese. (RL)