Apelo de lideres religiosos aos “grandes da terra” na véspera da cimeira do G8
(25/5/2011) Uma parceria mais transparente e mais forte entre os Chefes de Estado
e de Governo dos países que fazem parte do G8 e do G20, a Assembleia Geral da ONU
e a sociedade civil para responder juntos aos “desafios comuns” da economia, das mudanças
climáticas, do desenvolvimento e sobretudo da paz. Inicia com estas palavras o apelo
lançado pelos participantes no encontro de líderes religiosos iniciado esta terça
feira, em Bordeaux, na véspera da cimeira do G8 prevista para os dias 26 e 27 deste
mês “Devem ser tomadas medidas para que o G8 e o G20 se insiram mais formalmente
no quadro das Nações Unidas. O G20 deve abrir as suas portas aos países com reditos
baixas, fornecendo pelo menos um lugar permanente à União Africana, à América Latina
e aos organismos regionais da Ásia”. Os vários representantes das religiões pedem
também que “o funcionamento do G8 e do G20 seja mais transparente, para que a sociedade
civil e os organismos religiosos possam participar nos seus trabalhos, influenciar
as suas decisões e garantir que os compromissos assumidos sejam mantidos”. A declaração
divide-se em parágrafos. Naquele relativo à situação macro-económica, os líderes
afirmam que “é urgente e indispensável estabelecer um sólido quadro de regras para
prevenir crises financeiras e proteger os mais vulneráveis”. No parágrafo reservado
às mudanças climáticas, salienta-se que os países do G20 são responsáveis por 80%
das emissões globais de gases com efeito de estufa e no parágrafo dedicado ao desenvolvimento
pede-se aos países mais ricos para que honrem os compromissos assumidos, de dedicar
0,7% do seu PIB para ajudar os países mais pobres na perspectiva de alcançar as Metas
de desenvolvimento do Milénio estabelecidas pela ONU em 2015.
O último parágrafo
é dedicado à paz. “Os investimentos mundiais a favor da paz, insignificantes em comparação
com o orçamento militar – salienta a declaração - devem ser aumentados, bem como
os instrumentos não -militares necessários para a manutenção da paz devem ser reforçados”.
Os líderes religiosos pedem também “que sejam sempre preferidos os meios não - violentos
na luta contra o terrorismo e nas discussões para promover a paz”.