Jales, 20 mai (RV) - Desta vez a assembléia da CNBB apresentou um projeto concreto,
a ser executado nos próximos anos: celebrar os 50 anos do Concílio Vaticano II.
A
iniciativa tem muita razão de ser. Trata-se de reviver aquele que foi, sem nenhuma
dúvida, o maior acontecimento da Igreja no último século. Mas não só para recordar
um fato verificado 50 anos atrás. Mas sobretudo para perceber o que ele ainda tem
a nos dizer. Pois este Concílio se propôs renovar a Igreja, retomando as motivações
e o impulso de suas origens, e atualizando suas estruturas para estar ao alcance e
ao serviço da humanidade em nosso tempo.
Está claro que hoje a Igreja não se
entende, sem levar em conta as transformações suscitadas pelo Concílio. No documento
“Tertio Millenio Ineunte”, João Paulo II afirmou com ênfase que o Concílio Vaticano
II permanecerá como bússola a guiar a Igreja nos inícios deste terceiro milênio da
era cristã.
Como o Concílio foi um processo que durou diversos anos, e teve
seu trabalho mais consistente realizado nas quatro sessões de reuniões com todos os
bispos do mundo, de 1962 a 1965, o projeto apresentado na Assembléia da CNBB sugere
uma comemoração de quatro anos, tendo como referência prática as quatro sessões conciliares.
Desta
maneira, resulta uma interessante coincidência com o quadriênio que se inaugurou com
as recentes eleições na CNBB. A celebração dos 50 anos do Concílio pode se tornar
referência prática para cadenciar os quatro anos do mandato dos eleitos nesta assembléia.
Este projeto concreto a executar poderá servir de parâmetro para o próximo quadriênio.
A
história deste Concílio destaca, com muita evidência, a figura de João 23. Tanto
que logo foi identificado como “o Concílio do Papa João”. Sem ele, com certeza os
fatos históricos teriam sido muito diferentes. Sobretudo pela maneira como ele soube
motivar e envolver a todos, com o lançamento surpreendente de sua proposta, quando
ninguém imaginava que o “papa bom” tivesse a ousadia de convocar um concílio com uma
largueza de propósitos por ele apresenados,
Dada a importância do evento, pessoalmente,
já havia identificado a necessidade de recuperar a memória deste grande concílio.
E me propus recordar alguns episódios, descrever o espírito que animou todo o processo
conciliar, identificar os temas que mais suscitaram interesse, percorrer o itinerário
dos seus documentos, perceber as ideias força que inspiraram suas decisões, e assinalar
os muitos desdobramentos suscitados por este Concílio, que teve o mérito de suscitar
tantas adesões entusiastas e generosas.
Coloquei estas anotações em forma
de pequeno livro que as Edições Paulinas aceitaram publicar, e que já está nas livrarias.
Então, hoje me permito fazer a todos um convite: vamos “REVISITAR O CONCÍLIO
VATICANO II”, percorrendo os dez capítulos que descrevem como foi este grande Concílio
do Século Vinte.
Depois, poderemos retomar a conversa, valorizando os outros
livros que esse primeiro inspirou, em forma da coleção “REVISITAR O CONCÍLIO, a ser
produzida ao longo da celebração dos 50 anos deste grande evento.