Rio de Janeiro, 20 mai (RV) - Entre os dias 4 e 13 de maio próximo passado
estivemos nós, Bispos no Brasil, reunidos em nossa 49ª. Assembleia Geral na Casa da
Mãe, Nossa Senhora Aparecida, onde fomos acolhidos como filhos, na busca de cumprir
o que Ela mesma nos pediu: fazer o que o seu Filho nos disser! Entre Cardeais, Arcebispos,
Bispos Diocesanos, Auxiliares e Eméritos, além de Administradores Apostólicos e Diocesanos,
éramos mais de trezentos.
Se contarmos a indispensável participação dos assessores:
leigos e leigas, religiosos e religiosas, consagradas e consagrados, presbíteros e
diáconos, passávamos de quatrocentos. Foi sob o manto protetor da Mãe de Deus e nossa,
no mês dedicado a Ela, e com encerramento na memória de sua aparição em Fátima e na
comemoração do 4º. Ano de abertura da V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano
e Caribenho que os nossos trabalhos foram realizados.
Nesta Assembleia foram
aprovados: as Diretrizes Gerais para a Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil = DGAE
para o próximo quadriênio; o Diretório para a formação e a missão dos diáconos permanentes,
além de serem votadas algumas traduções para a terceira edição do Missal Romano.
Durante
dois dias foram realizados exercícios espirituais orientados pelo Eminentíssimo Senhor
Cardeal Prefeito da Congregação para os Bispos, Marc Ouellet, PSS, que recordou-nos
a Palavra de Deus na vida e no ministério episcopal. Ricas e profundas, as suas conferências
nos ajudaram a viver intensamente a nossa doação como pastores ao povo santo de Deus.
Foi
eleita a nova presidência para o próximo quadriênio, além dos bispos que irão compor
o Conselho Episcopal Pastoral (CONSEP), agora constituído por 12 comissões, já que
a de Cultura, Educação e Comunicação foi desmembrada, e também se criando uma para
a Juventude, sinal do compromisso dos Bispos por aqueles que são o futuro da nossa
Igreja e do nosso país. Vários Regionais da CNBB, e são dezessete, elegeram a sua
presidência e também os membros do Conselho Permanente que, juntamente com a Presidência
e os membros do CONSEP, compõem os organismos representativos da CNBB, já que a Assembleia
Geral, órgão máximo da Conferência, reúne-se, devido à dimensão continental do nosso
país, apenas uma vez por ano.
É sempre enriquecedora a participação dos Bispos
Eméritos, pois é grande a experiência que deixaram para os seus sucessores. A Assembleia
fez declarações, exprimiu moções, bispos deram entrevistas e declarações que demonstram
a plena inserção da CNBB em todos os âmbitos da sociedade, pois em tal vivem os cristãos,
chamados a ser fermento, sal e luz: do problema indígena ao problema florestal, já
que o novo Código Florestal está a ser examinado pelo legislativo; da falta de distinção
das competências dos poderes em nosso país às decisões tomadas acerca de políticas
públicas, onde as minorias sejam sempre contempladas.
Além disso, dezenas de
outros assuntos foram contemplados com comunicações, informações, relatórios, partilhas,
grupos de estudos, aprofundamentos sobre todos as realidades nas quais a CNBB está
inserida. Entre eles pude apresentar o trabalho que nos cabe agora para aprofundar
e contribuir para a melhoria do documento de estudos 101 que trata da comunicação
na vida e missão da Igreja no Brasil, que poderá ser a base de um futuro diretório
de comunicação para a Igreja no Brasil.
Cabe também conhecer o texto, aprofundar
os temas e aplicar as “Diretrizes”, que são inspiradoras para a nossa ação pastoral
e continuarmos atentos, como a sentinela, aos sinais dos tempos e discernindo para
onde eles nos indicam que estamos caminhando assumindo a nossa missão dentro dessa
realidade que nos rodeia, mesmo com as dificuldades que hoje aparecerem em nosso horizonte.
Neste
tempo de reflexão, oração, aprofundamentos, informações e decisões destaco a alegria
e a beleza do encontro entre os irmãos Bispos do Brasil, a fraternidade que nos une,
a partilha e preocupações comuns, a troca de experiências e a confraternização sempre
presente em nossas Assembléias. Um pouco desse clima pode ser acompanhado ao vivo
pelas transmissões pela mídia em geral.
Voltando para as suas sedes, os Bispos
retornam revigorados por tudo o que aprofundaram e pelo convívio verdadeiramente fraterno
entre irmãos que Deus constituiu pastores de suas igrejas.
† Orani João Tempesta,
O. Cist. Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ