ARCEBISPO VEGLIÒ: UNIR FORÇAS CONTRA TRÁFICO DE SERES HUMANOS
Cidade do Vaticano, 18 mai (RV) - "Construir pontes de liberdade": esse é o
tema da Conferência internacional sobre o combate ao tráfico de pessoas, realizada
nesta quarta-feira, no Vaticano, por iniciativa da Embaixada dos EUA junto à Santa
Sé e da Universidade Católica St. Thomas de Miami. O evento foi aberto pelo Presidente
do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, Dom Antonio
Maria Vegliò, e pelo Embaixador estadunidense, Miguel H. Diaz.
Que as pessoas
exploradas possam retomar a posse de suas vidas e que os traficantes sejam tocados
pelo sofrimento das vítimas. Com essa dúplice evocação do Arcebispo Vegliò foi aberta
a Conferência "Construir pontes de liberdade", um evento que reuniu, por um dia, expoentes
de diferentes credos, docentes universitários, representantes de Ong, bem como políticos
e empresários: tratou-se de uma ocasião para ressaltar a complexidade do compromisso
a erradicar a chaga do tráfico de seres humanos.
Sobre as estratégias para
"construir pontes de liberdade" voltadas a contrastar o fenômeno do tráfico de seres
humanos, a Rádio Vaticano entrevistou o Arcebispo Vegliò. Eis o que disse:
Dom
Antonio Maria Vegliò:- "Um aspecto muito interessante dessa Conferência
é a cooperação entre os diversos participantes: pertencentes a vários credos, setores
da indústria e multinacionais, à sociedade civil e ao mundo político. Juntos é possível
fazer a diferença. O tráfico de seres humanos pode ser combatido mediante uma abordagem
baseada no respeito aos direitos humanos. Por isso é importante, por exemplo, conhecer
as circunstâncias em que são fabricados os produtos que adquirimos. Poder-se-ia introduzir
uma etiqueta para indicar se o produto foi realizado sem a exploração do trabalhador
e, portanto, assegurar que o mesmo se configura na ética do comércio justo e solidário.
Em todo caso, é verdade que existe uma diferença entre o mau comportamento do empregador
e as situações de escravidão. De fato, nem todos os abusos em matéria de trabalho
e serviços podem ser considerados tráfico de seres humanos. Como afirmado por Bento
XVI: "Efetivamente, novos problemas e novas escravidões surgem em nosso tempo... a
Igreja deve renovar constantemente o seu compromisso de levar Cristo, de prolongar
a Sua missão messiânica para o advento do Reino de Deus, Reino de justiça, de paz,
de liberdade e de amor." (RL)