EM APARECIDA, ASSEMBLEIA DOS BISPOS ENTRA NA RETA FINAL
Aparecida,
12 mai (RV) – Penúltimo dia dos trabalhos da 49ª Assembleia Geral da CNBB. Nesta
quinta-feira a celebração na Basílica de Nossa Senhora Aparecida foi presidida por
Dom Geraldo Lyrio Rocha, Arcebispo de Mariana, MG, e Presidente da CNBB.
Os
trabalhos no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida se concentram hoje com
as eleições dos Presidentes das Comissões da CNBB.
Até o momento foram escolhidos:
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada,
o arcebispo de Palmas, no Tocantins, Dom Pedro Brito Guimarães; Dom Severino Clasen,
Bispo da diocese de Araçuaí foi eleito Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para
o Laicato. Já o bispo de Camaçari (BA), Dom João Carlos Petrini, foi eleito para presidir
a Comissão Episcopal para a Vida e a Família.
Como presidente da Comissão
para a Doutrina da Fé foi escolhido na tarde de ontem o Arcebispo de Teresina (PI),
Dom Sérgio da Rocha; já a Comissão para a Liturgia terá como presidente, nos próximos
quatro anos, o bispo de Livramento de Nossa Senhora (BA), Dom Armando Bucciol. Para
a Comissão Episcopal Pastoral Bíblico-catequética, Dom Jacinto Bergman, Arcebispo
de Pelotas. Para a Ação Missionário, o bispo de Ponta Grossa, Sérgio Brasque.
O
bispo de Pesqueira (PE), dom Francisco Biasin, é o novo presidente da Comissão Episcopal
Pastoral para o Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso da CNBB.
Entretanto,
ontem o bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ) e membro da Comissão Episcopal Pastoral
para a Vida e a Família da CNBB, Dom Antônio Augusto Dias Duarte, disse na coletiva
de imprensa da tarde de ontem, que o Estado Brasileiro passa hoje por uma instabilidade
no que diz respeito às atribuições dos três poderes constituídos. Um exemplo claro,
segundo ele, foi o julgamento da união homoafetiva que “ultrapassa as competências
do poder judiciário”.
Dom Antônio Duarte frisou que cabe aos “deputados, senadores,
juízes, fazer com que se respeite as atribuições de cada um dos três poderes para
que se possa realizar um trabalho próprio de um Estado democrático e não de um Estado
que vive uma instabilidade entre esses três poderes”.
Sobre a nota divulgada
ontem pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil a respeito da decisão do Supremo
Tribunal Federal (STF) quanto à união entre pessoas do mesmo sexo, o bispo deixou
claro que “a Igreja é depositária de uma doutrina que não lhe pertence e que interpreta
essa doutrina revelada por Deus”. Ele destacou que entre os pontos importantes está
a identidade da família “fundada sobre o consentimento mútuo entre um homem e uma
mulher, frisando a complementaridade dessas pessoas e aberta à transmissão da vida
e educação”.
Também participou desta coletiva com a imprensa o bispo de Balsas
(MA) e vice-presidente da Comissão Pastoral da Terra (CPT), dom Enemésio Ângelo Lazzaris,
que apresentou um pouco do trabalho da CPT e a preocupação da Igreja com o trabalho
escravo no Brasil.
Segundo dom Enemésio, o trabalho escravo só acontece por
um conjunto de fatores. “Ganância, acumulo de terras, impunidade e miséria, fazem
do Brasil um dos países com maior índice no mundo de trabalhadores análogos à escravidão.
E mesmo com todas as evidências e provas de trabalho escravo, o Brasil só reconheceu
essa chaga social em 1995, por pressão internacional. Desde então, quase 34 mil trabalhadores
foram resgatados dessas condições degradantes e humilhantes na qual se encontravam,
em Estados da Federação como: Pará, Maranhão, Acre, Goiás, São Paulo e Minas Gerais,
ou seja, os maiores exportadores de carvão, madeira, cerâmica, algodão, frutas e soja
do Brasil”, destacou.
No dia 28 de janeiro de 2009 o Governo federal criou
o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo.
No início da noite de ontem
no plenário da Assembleia realizou-se uma celebração ecumênica que contou com a participação
de 7 Igrejas cristãs. Sobre o encontro nós conversamos com Dom Paulo Mendes Peixoto,
Bispo de São José do Rio Preto.
Do Santuário Nacional de Aparecida, para a
Rádio Vaticano, Silvonei José.