Cidade do Vaticano, 11 mai (RV) - O papa concedeu audiência geral nesta quarta-feira,
como habitualmente. O encontro, na Praça São Pedro, reuniu dezenas de milhares de
peregrinos e turistas. A catequese de Bento XVI deu sequência à reflexão iniciada
na última semana e continuou falando hoje sobre a oração como algo intrínseco ao
homem.
“O homem foi criado por Deus e para Deus” – disse ele, explicando que
hoje, parece que Deus está fora do horizonte de muitas pessoas, enquanto ao mesmo
tempo, verifica-se um despertar do sentimento religioso, que não desapareceu, por
mais que muitos o tivessem previsto.
Apesar de ter perdido a semelhança com
Deus por causa do pecado, o homem mantém o desejo Daquele que o chama à existência,
e todas as religiões testemunham essa busca fundamental. A conseqüência – prosseguiu
o papa – é que não existe uma grande civilização que não seja religiosa.
Bento
XVI completou sua catequese afirmando que “a oração é expressão do desejo que o homem
tem de Deus. Não é uma fórmula simples, mas uma atitude, um estar diante de Deus.
Enraizada dentro de nós, é o lugar da gratuidade, da busca do inefável. A oração é
um dom, pois é diante de Deus que se revela o momento em que a resposta do homem se
transforma em íntima relação com Ele”.
Resumindo seu ensinamento desta quarta-feira
em português, o papa disse:
“Queridos irmãos e irmãs,
Dando
continuidade à reflexão sobre a oração, iniciada na semana passada, lembro que o homem
é um ser religioso por natureza. Ele sente necessidade de sair de si mesmo ao encontro
d’Aquele que é capaz de planificar a grandeza e a profundidade do seu desejo: o homem
tem em si o desejo de Deus. E, o homem sabe que pode dirigir-se a Deus, sabe que Lhe
pode rezar. São Tomás de Aquino define a oração como «expressão do desejo que o homem
tem de Deus». Esta atração, que o próprio Deus colocou no homem, é a alma da oração
que depois se reveste de muitas formas e modalidades. Na dinâmica desta relação com
Deus que dá sentido à existência, a oração tem uma das típicas expressões no gesto
de ajoelhar, declarando ter necessidade d’Ele. Assim, a oração, que é abertura e elevação
do coração a Deus, se torna relação pessoal com Aquele que nunca se esquece do homem,
tomando Deus a iniciativa de chamá-lo ao misterioso encontro da oração”.
Em
seguida, o papa fez uma saudação aos grupos de brasileiros presentes na Praça e concedeu
a todos a sua benção apostólica.
“Amados peregrinos de língua portuguesa,
sede bem-vindos! A todos saúdo com grande afeto e alegria, particularmente aos fiéis
brasileiros vindos das paróquias em Goiânia e Teresópolis, e aos grupos da Família
Franciscana e de Schoenstatt. Aprendei a reconhecer no vosso íntimo a voz de Deus
que, na oração, chama à profundidade da vossa existência, à fonte da vida e da salvação.
Que Ele vos abençoe a vós e as vossas famílias!”. (CM)