MÍDIA E ÉTICA NAS INTENÇÕES DE ORAÇÕES DE BENTO XVI PARA MAIO
Cidade do Vaticano, 05 maio (RV) – A mídia e a ética estão no centro das intenções
de oração do Santo Padre para o mês de maio. Esse tema vem em concomitância com o
Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, marcado nesta terça-feira pelas Nações Unidas.
Referindo-se à data, portanto, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, disse que essa
é uma ocasião para os meios de comunicação repensarem a sua função como reveladores
da verdade e assim reconquistar a confiança do público.
O Papa Bento XVI convida-nos
a rezarmos para que a mídia trabalhe respeitando a verdade, a solidariedade e a dignidade
do ser humano. Sobre esses valores e o modo como são vividos pelos profissionais da
comunicação, a Rádio Vaticano entrevistou o presidente da Federação Nacional da Imprensa
Italiana, Roberto Natale.
Para ele, verdade e responsabilidade deveriam ser
as pedras fundamentais dos profissionais de comunicação. O respeito à verdade substancial
dos fatos está escrito na lei constitutiva do Ordenamento profissional do jornalista.
Conforme explica, “verdade e responsabilidade significaM que devemos lembrar-nos de
contar a realidade e não as construções sobre a realidade construídas para desviar
a atenção”.
“Verdade e responsabilidade significa levar em consideração o
impacto cada vez maior que têm a informação e a comunicação na vida das pessoas”,
continuou ele. E concluindo, recordou o papel fundamental dos meios de comunicação
de massa, principalmente dos mais novos (como a internet) na luta pela liberdade em
diversas nações, citando assim o exemplo mais recente, que é o dos países do norte
da África.
Ainda em um relatório publicado ontem e intitulado “Predadores
da Liberdade de Imprensa”, o secretário-geral do “Repórteres Sem Fronteiras”, Jean-François
Julliard, declarou que os jornalistas são, cada vez mais, percebidos como observadores
externos e o seu trabalho está sendo progressivamente desvalorizado. Em 2010, foram
57 os jornalistas assassinados enquanto exerciam a profissão.
“Pela primeira
vez, nenhum continente escapou deste mal. Os jornalistas estão transformando-se em
mercadoria de troca. Seqüestradores os capturam para financiar atividades criminosas,
pressionar governos e enviar mensagens à opinião pública”, denunciou. (ED)