Mais de um milhão de pessoas na beatificação de João Paulo II, presidida por Bento
XVI
(1/5/2011) Mais de um milhão de peregrinos encheu completamente a Praça de S. Pedro
e zonas adjacentes na manhã deste Domingo para participarem na cerimonia de beatificação
de João Paulo II. Uma celebração, que foi acompanhada, por 1300 jornalistas televisivos,
230 fotógrafos e mais de 700 de outros meios. Para além dos peregrinos, estiveram
presentes 87 delegações oficiais, incluindo 16 chefes de Estado, como a Itália, Polónia
e o Zimbabwe, com o presidente Robert Mugabe. O ministro de Estado e dos Negócios
Estrangeiros, Luís Amado, representou o executivo português acompanhado pelo embaixador
de Portugal junto da Santa Sé, Manuel Tomás Fernandes Pereira. Também marcaram
presença, em representação da União Europeia, Herman Van Rompuy, presidente do Conselho
Europeu; Jerzy Buzek, presidente do Parlamento Europeu, e o português Durão Barroso,
presidente da Comissão Europeia. Do mundo lusófono chegaram ainda os vice-presidentes
de Angola e do Brasil, respetivamente Fernando da Piedade Dias dos Santos e Michel
Temer, para além do presidente do Parlamento de Timor-Leste, Fernando de Araújo. O
anúncio do nome de João Paulo II como novo beato aconteceu pouco depois do início
da missa, presidida pelo Papa Bento XVI, numa cerimónia que incluiu a apresentação
do pedido formal de beatificação pelo cardeal Agostino Vallini, vigário do Papa para
a diocese de Roma. Seguiu-se a leitura da biografia de João Paulo II e a fórmula
recitada por Bento XVI, na qual se fez o anúncio da data da festa litúrgica. Foi
escolhido o dia 22 de Outubro para a celebração da sua memória litúrgica, data da
missa de início do pontificado de Karol Wojtyla. Já foi permitido que, no primeiro
ano após a beatificação, seja possível celebrar uma “missa de agradecimento a Deus”
em locais e dias “significativos”, por decisão de cada bispo diocesano. O rito
da beatificação prosseguiu com a colocação das relíquias – uma ampola com sangue de
João Paulo II – junto ao altar, transportadas por duas religiosas, a irmã Tobiana,
assistente pessoal do papa polaco, e a irmã Marie Simon-Pierre, cuja cura da doença
de Parkinson, considerada miraculosa, encerrou o processo de beatificação. O relicário
em que essa ampola foi transportada tem a forma de ramos de oliveira e foi feito
de propósito, para a ocasião, pelo Departamento de Celebrações Litúrgicas do Sumo
Pontífice, no Vaticano. Na mesma altura foi descerrada uma imagem do novo beato,
em tapeçaria, reproduzindo uma foto de 1995, colocada sobre o balcão central da basílica
de São Pedro. Depois da proclamação do novo beato, o cardeal Vallini agradeceu
a Bento XVI, novamente em latim, e juntamente com o postulador saudou o Papa, terminando
assim este momento.
Na homilia, Bento XVI afirmou que a beatificação de João
Paulo II, apenas seis anos depois da sua morte, “chegou depressa, porque assim aprouve
ao Senhor” e admitiu que este era um “dia esperado”. “João Paulo II é Beato”, exclamou,
provocando uma salva de palmas dos presentes.
Bento XVI aludiu ao dia do funeral
do seu predecessor, em abril de 2005, afirmando que “já naquele dia sentíamos pairar
o perfume da sua santidade, tendo o Povo de Deus manifestado de muitas maneiras a
sua veneração por ele”.
No final da Missa voltou a haver um
momento específico da beatificação, quando o Papa e os cardeais se deslocaram para
dentro da basílica a fim de cumprirem o que é descrito como um “ato de veneração”
diante da urna de João Paulo II, colocada em frente ao altar principal. Este gesto
foi repetido pelos bispos e as autoridades presentes que o desejaram fazer , estando
depois a basílica aberta aos participantes na cerimónia.
Nesta Segunda-feira,
na Praça de São Pedro, com inicio às 10:30 , será celebrada uma eucaristia de acção
de graças pela beatificação de João Paulo II ,presidida pelo cardeal Tarcisio Bertone,
secretário de Estado do Vaticano.
A sepultura dos restos mortais de João Paulo
II no andar principal da basílica de S. Pedro vai ser feita de forma privada, nesta
segunda feira 2 de Maio, na capela de São Sebastião, localizada na nave da basílica,
junto da famosa 'Pietà' de Miguel Ângelo.